“Já houve tempo de o arranjo expandido se acomodar. Então vai ser especial porque vamos conseguir, de fato, ler o que os atores pretendem fazer daqui por diante. Lembrando que o Brasil [que está na presidência rotativa do grupo] fez no fim do ano passado um outro evento grande, que foi também o encontro de chefes de Estado do G20, e terá no fim de 2025 a COP30 [Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas]. É uma grande tarefa logística”, resume.
“Um deles são as mudanças climáticas e transição energética, que é muito importante, até porque o Brasil já vem exercendo uma liderança multilateral e pode construir algum tipo de acordo importante no BRICS, que representa também uma fatia significativa dos exportadores de combustíveis fósseis em nível global. O segundo é o combate à fome e à pobreza, uma marca registrada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve tentar ampliar a aliança global. E, por fim, uma reivindicação histórica, que é a reforma da governança global”, cita Casarões.
‘BRICS é importante demais para a gente fingir que não existe’
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Há risco de fragmentação interna do BRICS?
“A maioria dos países tem relevância regional, mas ainda assim conseguiram se coordenar e fazer a diferença, com efeitos muito importantes na cena internacional. Então essa é a novidade, e isso jamais aconteceu antes. Quando existia um movimento de não alinhados, havia pouquíssima capacidade de intervenção e de criar um programa de ação efetivo […]. Agora, o BRICS não. Ele tem um projeto geopolítico e quer alcançar suas metas em todos os campos das relações internacionais.”
Fonte: sputniknewsbrasil