Lei aprovada ainda não pode entrar em vigor
“Tem uma liminar, o processo na corte continua pendente. Essa lei, se vai ou não entrar em vigor, isso nós vamos saber bem mais para frente. Por causa dessa liminar, ela não pode entrar em vigor. Ela está suspensa até que haja definição do caso ou do que vai acontecer com essa lei, se vai ser derrubada ou não”, diz a advogada.
Como está a imigração nos Estados Unidos hoje?
“Nós estamos falando em milhares de pessoas. Não sou analista política, mas o que eu pude entender das diversas reportagens que li é que o governador Greg Abbott passou essa lei porque eles realmente acham que o estado do Texas está numa situação de calamidade com tanta gente entrando.”
Eleições nos EUA: imigração é tema nevrálgico para a disputa presidencial
“Dizem que ele [Greg Abbott] está de olho em ser o candidato a vice-presidente juntamente com Donald Trump, [que pretende concorrer no pleito]. Então vamos ver o que vai acontecer, o motivo real desse tipo de lei ou a razão pela qual foi aprovada.”
“Agora o interessante da lei é que se a pessoa fosse condenada e falasse: ‘Olha, eu não quero cumprir tempo de prisão não, me manda embora’, a lei oferece essa possibilidade de a pessoa ser deportada. Mas não deportada para o país de origem, e sim para o México. E o México já falou que não tem condição de aceitar de volta todo mundo que chega até lá [EUA] e cruza a fronteira. Normalmente, quando uma pessoa é deportada, ela é deportada para o país de origem”, complementa.
“Cruzar a fronteira é ilegal. Para entrar em um país qualquer, você tem que ter passaporte, visto para ser legalmente admitido. Nenhum país admite pessoas assim: ‘A fronteira está aberta. Se quer vir para cá, entra, nós vamos te acolher. Nós temos como te acolher, arrumar escola para as crianças, arrumar emprego, te dar autorização de trabalho.’ Isso é uma coisa muito complicada.”
EUA colecionam fracassos nas políticas para lidar com a imigração
“Todos [os imigrantes] têm a mesma motivação: ir para países em que é possível reconstruir suas vidas e ter ganhos econômicos. Estudos mostram que muitos desses imigrantes são importantes para a economia local, porque eles vão atuar em áreas que muitas vezes o cidadão daquele país não vai buscar emprego. Então eles substituem em termos de mão de obra e também têm uma base de consumo muito grande.”
“É exatamente pelo crescimento da comunidade latina [nos EUA] que a gente tem que dividir em duas questões. Do ponto de vista eleitoral, a comunidade latina que vota é a comunidade latina permanente, que já tem pelo menos uma geração no país, muitas já estão na segunda, terceira geração, que tem cidadania americana. O outro grupo são os imigrantes que estão chegando, que não têm direito a voto […]. É um grupo importante, cada vez maior, que vai ter cada vez mais peso eleitoral. Isso também é explorado na campanha [eleitoral]. Especialmente os democratas têm buscado esse voto hispânico”, afirma a professora.
Fonte: sputniknewsbrasil