Numa ação, com todos os indícios de ter sido combinada, Arábia Saudita e Rússia, os dois maiores produtores mundiais de petróleo, anunciaram cortes de produção, na sessão desta quinta-feira (3).
Enquanto a primeira pretende reduzir em 1 milhão de barris/dia sua produção, a partir de setembro próximo, a segunda tenciona cortar a cota diária em 300 mil barris, em igual mês, conforme comunicou o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak.
Em decorrência das medidas de restrição de oferta da commodity, de caráter unilateral, as cotações logo se ‘aqueceram’, caso do tipo WTI (referência ianque), que subiu 2,6%, a US$ 81,55 o barril, ao passo que o tipo Brent (referência global) avançou 2,3%, a US$ 85,14 o barril.
O anúncio saudita, válido para o mês que vem, na prática, representa uma extensão do período de redução de produção de petróleo em 1 milhão de barris, já em curso em julho último, acrescido da informação de que tais cortes poderão ser, ainda mais, ampliados, de acordo com a agência de notícias estatal da Arábia Saudita, “Spa”.
“A Arábia Saudita vai estender o corte voluntário de 1 milhão de barris diários, que foi aplicado em julho, por mais um mês e será aplicado durante setembro, com a possibilidade de que essa redução seja estendida ou aumentada”, informou a SPA. Como resultante, a produção do país do Oriente Médio deverá passar, em setembro próximo, para 9 milhões de barris por dia, ante a perspectiva de este corte “ser estendido ou aprofundado”.
Tais movimentos dos países produtores citados estão em linha com a orientação majoritária da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, como a Rússia (OPEP+), tendo em vista limitar o fornecimento de petróleo até 2024. Nessa próxima sexta-feira (4), o Comitê Ministerial Conjunto de Monitoramento da Opep+ deverá promover uma ‘revisão online’ do mercado, com o objetivo de aferir o impacto das reduções na oferta.
Em nota, analistas da empresa de pesquisa ClearView Energy Partners, manifestaram a expectativa de “que a reunião (OPEP+) resulte na continuação dos cortes de produção do grupo de produtores, inicialmente promovidos na reunião de 5 de outubro [do ano passado] e aumentados voluntariamente nas reuniões de 3 de abril e 4 de junho [deste ano]”.
Fonte: capitalist