Corrida empreendedora: como essa rede de fisioterapia sobreviveu à pandemia e gerou valor ao negócio


O empreendedor Raphael Batista Camargo, o Xuxa, e seus dois sócios, os fisioterapeutas André Nogueira e Gustavo Colonezi, viram uma brecha no mercado para atender a onda que tomava conta da cidade.

Em 2012, perceberam que os paulistanos estavam apostando na atividade física e na prática do esporte para melhorar a qualidade de vida e a saúde.

Assim, criaram a Club Físio, com investimento de R$ 40 mil na primeira unidade do negócio, focada em atender e ajudar no desempenho e preparo desses novos atletas. Dois anos depois, veio a segunda unidade. A conta demorou para fechar.

Apesar do início difícil, o trio precisou de muito conhecimento, a resiliência e a dedicação para crescer.

“No começo, um dos meus sócios dizia que não dava para ganhar dinheiro com fisioterapia”, afirma Xuxa, formado em administração de empresas e apaixonado pelo mundo dos esportes. A startup foi o segundo empreendimento da Xuxa, que tinha sido sócio na AB Uniformes, uma empresa de uniformes corporativos.

Ele conta que todo o capital que entrava na Club Físio era reinvestido. E o lucro, ainda que modesto, veio.

Em 2018, chegaram à quarta unidade da empresa em São Paulo. O negócio tomou outro ritmo de crescimento em 2019, o auge, na visão do empreendedor.

Veio o pesadelo no começo do ano seguinte: a pandemia de Covid-19.

Como a Club Físio enfrentou a crise

“Fechou tudo, ninguém saia na rua, veio balde de água fria. Fechamos as portas do dia para a noite, ninguém mais treinava, não tínhamos quem atender, foi desesperador”.

A saída foi correr, começar a ligar para os clientes, parceiros, amigos e buscar formas de sobreviver, manter os relacionamentos, ajuda de outros empreendedores, orientação de antigos professores. Enfim, tudo que pudesse evitar a crise aguda.

Em paralelo, criaram um “comitê de guerra” para fazer um planejamento estratégico de sobrevivência, manter o negócio e evitar as demissões.

Nessas conversas e troca de informações, surgiu o nome do Estímulo, o fundo social que estava saindo do papel para dar apoio financeiro de baixo custo e evitar que os pequenos e médios negócios fechassem as portas, garantindo emprego e renda à população.

Hoje, com 3 anos de atuação, o Estímulo emprestou mais de R$150 milhões em apoio financeiro, capacitou mais de 7 mil empreendedores e segue com o propósito de ajudar construir um país mais justo e de economia pujante.

“Nós fomos o primeiro cliente do Estímulo, que nos deu a ajuda financeira e capacitação que precisávamos. Com esse valor de R$ 80 mil, mesmo sem horizonte e com faturamento zero, começamos a renegociar aluguéis, investimos no atendimento online e passamos pelo pior período sem fechar as unidades e mantendo os empregos”, afirma Xuxa.

A ajuda providencial do Estímulo combinada à visão de negócios dos empreendedores fez com que a empresa avançasse no mercado. Enquanto muitos fecharam, a Club Físio observou oportunidades para crescer e abriu mais uma unidade.

Segundo Xuxa, nesse momento fico claro o peso do conhecimento e da informação qualificada para o sucesso de um negócio. No período, participou de palestras, encontros virtuais com outros empreendedores, empresários de sucesso como Abílio Diniz, entre outros que fazem parte do projeto de capacitação e mentoria do Estímulo.

Quais são os aprendizados do empreendedor

Passada a fase mais aguda da pandemia, com a retomada do mercado, a empresa foi comprada pela rede de clínicas Care Club, referência em medicina do esporte que atua em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Porto Alegre.

“Hoje estamos 12 vezes maiores, crescemos 34% de 2021 para 2022, e temos quase 4 mil vidas que passam por mês, além de 350 funcionários”, conta o empreendedor. Na nova estrutura, ele acumula as funções de diretor de marketing, comercial e Recursos humanos.

Para quem quer começar a empreender, Xuxa tem as dicas na ponta da língua:

  • É preciso ter energia, planejar buscar informação, conhecer o mercado, saber o que pensam outros empreendedores. Ouça podcasts, leia reportagens sobre o tema, pesquise e pergunte, nunca tenha vergonha de perguntar.
  • Seja resiliente. A única certeza que temos é que, em algum momento, alguma coisa vai dar errado. Não vire as costas, não feche os olhos e encare o problema de frente, buscando soluções e enfrentando os desafios.
  • Foco no produto e nos clientes. Ache um produto que se encaixa no mercado, ouça os seus clientes, converse, crie pesquisas de satisfação e se mantenha atualizado sobre o que o seu público tem a dizer.

“Tenho um caderninho que, ao longo dessa jornada, escrevi quais as melhores perguntas que ouvi, são quase 100! Conhecimento e dedicação são tudo, iniciativas como do Estímulo ajudam na jornada do empreendedor. E, se você der a vida para o negócio, estiver 100% dedicado, não tem como dar errado”.

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Fonte: exame

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