Corregedor-geral do TJMT vota a favor de PAD contra juiz que deu voz de prisão à mãe de vítima


Conteúdo/ODOC – O corregedor-geral do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Juvenal Pereira, votou a favor da abertura de um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) contra o juiz Wladymir Perri, por conta do episódio em que ele deu voz de prisão à mãe de uma vítima de homicídio durante audiência no Fórum de Cuiabá. Inicialmente, o magistrado respondeu uma sindicância.

O voto foi proferido durante sessão do Órgão Especial do TJ. A conclusão do julgamento, entretanto, foi adiada devido ao pedido de vista do desembargador Rui Ramos.

A informação consta em uma decisão do corregedor nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, publicada nesta quarta-feira (19), já que o processo corre em segredo de Justiça.

É que Salomão resolveu sobrestar por mais 30 dias a reclamação disciplinar que Perri responde no CNJ  pelos mesmos fatos, até conclusão do julgamento da propositura de PAD. “Dentro do prazo acima fixado, consoante exige a Resolução CNJ nº 135/2011, deverá a Corregedoria Geral de Justiça do Estado do Mato Grosso prestar informações a respeito da conclusão da apuração em curso na origem”, escreveu.

“Na possibilidade de findar o prazo sem ter sido concluída a apuração, independente de nova intimação, deverão ser informadas à Corregedoria Nacional de Justiça as diligências e providências adotadas para apuração dos fatos, para acompanhamento”, acrescentou.

Perri é alvo de três reclamações no CNJ. Além desse da voz de prisão, ele responde por supostas irregularidades na condução do inquérito policial que investiga o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em dezembro do ano passado, em Cuiabá, e por suposta “conduta temerária” e recorrente na condução de processos sob sua responsabilidade.

Relembre o caso

A ordem de prisão ocorreu no momento em que S.B. depunha e se manifestou contra Jean Richard Garcia Lemes, réu pelo assassinato de seu filho, ocorrido em 10 de setembro de 2016.Jean Richard responde em liberdade pelo crime.

Segundo o Ministério Público Estadual, ele assassinou o filho de S.B. usando uma arma de fogo, por meio de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

No início do depoimento, a promotora do caso, Marcelle Rodrigues da Costa e Faria, perguntou se S.B. estava constrangida de prestar o depoimento na frente do réu. “Não, por mim ele pode ficar aí, para mim ele não é ninguém”, respondeu S.B. à promotora.

O advogado do réu então exigiu respeito com o seu cliente, momento em que S.B. reitera seu posicionamento. “Para mim não é ninguém. O fato de eu falar que ele não é ninguém, não vai tirar o que eu vou falar aqui, nem o que eu penso dele e o que ele pensa a meu respeito. Eu não estou nem aí. Estou aqui para falar sobre o que aconteceu”, disse ela.

Após isso, ela foi interrompida pelo juiz, que também exigiu respeito e “inteligência emocional”.

Inicia-se uma pequena discussão e então o magistrado decide encerrar a audiência. Neste momento, revoltada, a mãe da vítima se levantou, apontou para o réu, bateu na mesa e disse alguma coisa. Nesse momento, ela recebeu a voz de prisão de Perri.

 

Fonte: odocumento

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