Da Redação
A Bronca Popular
Uma movimentação tensa nos bastidores da bancada federal de Mato Grosso acendeu o alerta: quase R$ 50 milhões em recursos públicos podem estar sendo destinados a uma entidade privada sem atuação conhecida no estado.
A verba, fruto de uma emenda parlamentar assinada exclusivamente pela deputada Coronel Fernanda (PL), seria destinada ao Instituto Avante Social, que segundo registros oficiais está vinculado ao Instituto Jurídico para Efetivação da Cidadania e Saúde, com sede em Belo Horizonte (MG).
O episódio foi revelado pelo jornalista Cláudio Humberto, no site Diário do Poder, que relatou gritaria e bate-boca durante a última reunião da bancada federal.
A senadora Margareth Buzetti (PSD) teria contestado a destinação da emenda, classificada como “estranha” por outros parlamentares.
A tensão chegou ao ponto da deputada Fernanda, exaltada, pedir que a senadora se retirasse da reunião — o que não ocorreu. A deputada acabou ficando sozinha na assinatura da proposta.
Chama atenção o fato de que a ONG beneficiada não possui sede nem atuação visível em Mato Grosso, apesar de alegar presença em dezenas de municípios brasileiros. Uma simples busca não revelou endereço algum no estado.
Além disso, a própria deputada Coronel Fernanda não tem histórico de atuação em pautas sociais, sendo figura atuante da bancada ruralista, com discurso voltado ao agronegócio.
O CNPJ da entidade principal (03.893.350/0001-12) remete a uma associação privada com atividade registrada como “associação de defesa de direitos”. A presidente, Viviane Mayrink, também atua como reitora de uma instituição de ensino em Minas Gerais.
Diante das inconsistências, sobram dúvidas: por que destinar R$ 48 milhões a uma ONG sem vínculos com Mato Grosso? Quem fiscalizará a aplicação desses recursos? Qual o real propósito da emenda? A sociedade mato-grossense ainda espera respostas.
Fonte: abroncapopular
