Cores de asteroides revelam pistas sobre a origem da vida na Terra, diz NASA (IMAGENS)


A missão OSIRIS-REx da NASA, que retornou à Terra em 2023 com amostras do asteroide Bennu, trouxe respostas para um antigo mistério astronômico: por que asteroides semelhantes apresentam cores diferentes quando vistos da Terra. A comparação entre Bennu e Ryugu, ambos ricos em carbono e formados há 4,5 bilhões de anos, revelou diferenças inesperadas na coloração observada.
Apesar de suas composições semelhantes, Ryugu parece levemente vermelho, enquanto Bennu apresenta uma tonalidade azulada. A cientista Michelle Thompson, da Universidade Purdue, liderou estudos que mostraram que essa diferença não se deve à composição, mas ao estágio de intemperismo espacial em que cada asteroide se encontra — um processo causado por radiação solar, raios cósmicos e micrometeoritos.
© Foto / NASA Kennedy from United StatesNASA/Glenn BensonA sonda espacial da missão OSIRIS-REx da NASA em configuração de lançamento.

A sonda espacial da missão OSIRIS-REx da NASA em configuração de lançamento - Sputnik Brasil

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A sonda espacial da missão OSIRIS-REx da NASA em configuração de lançamento.
© Foto / ISAS/JAXAImagem colorida do asteroide tipo C 162173 Ryugu, visto pela câmera ONC-T a bordo da Hayabusa2.

Imagem colorida do asteroide tipo C 162173 Ryugu, visto pela câmera ONC-T a bordo da Hayabusa2 - Sputnik Brasil

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Imagem colorida do asteroide tipo C 162173 Ryugu, visto pela câmera ONC-T a bordo da Hayabusa2.
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A sonda espacial da missão OSIRIS-REx da NASA em configuração de lançamento.
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Imagem colorida do asteroide tipo C 162173 Ryugu, visto pela câmera ONC-T a bordo da Hayabusa2.
A análise revelou que os grãos da superfície de Ryugu foram expostos ao espaço por apenas alguns milhares de anos, enquanto os de Bennu estiveram expostos por dezenas de milhares. Isso indica que ambos passam pelo mesmo ciclo de intemperismo, mas em momentos diferentes, com Bennu apresentando um estágio mais avançado e, portanto, uma coloração mais azulada.
Asteroides com pilhas de entulho renovam suas superfícies com frequência, expondo material novo que reinicia o ciclo de intemperismo. Essa descoberta permite aos cientistas entender melhor como a aparência dos asteroides muda com o tempo e como isso pode ser interpretado a partir de observações feitas da Terra.
Impressão artística de uma estrela jovem ainda cercada por um disco protoplanetário no qual os planetas estão se formando - Sputnik Brasil, 1920, 30.08.2025

Com mais de 1,4 milhão de asteroides conhecidos, é inviável visitar todos. Por isso, a capacidade de correlacionar dados de telescópios com amostras reais é essencial para futuras missões, seja para fins científicos ou para mineração espacial. Saber como o intemperismo afeta a aparência ajuda na escolha de alvos mais promissores.
Além disso, as amostras de Bennu revelaram compostos como fosfatos, essenciais para o metabolismo e o DNA, sugerindo que o asteroide pode ter abrigado condições propícias para o surgimento de moléculas precursoras da vida. Segundo Thompson, essas descobertas não revelam vida, mas os blocos de construção que poderiam tê-la originado.
Por serem praticamente intocados desde a formação do Sistema Solar, os asteroides funcionam como cápsulas do tempo. As missões de retorno de amostras, como a OSIRIS-REx, permitem aos cientistas decifrar segredos que não podem ser vistos apenas com telescópios, ampliando nossa compreensão sobre a origem dos planetas e da vida.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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