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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deu início nesta terça-feira (16) à reunião que vai definir a nova taxa básica de juros da economia brasileira. O resultado será anunciado nesta quarta-feira (17), durante a chamada “superquarta”, quando também ocorre a decisão de política monetária nos Estados Unidos.
Atualmente em 15% ao ano, a Selic está no maior patamar desde 2006. A expectativa predominante entre analistas do mercado financeiro é de que o comitê mantenha a taxa estável, dando continuidade à política monetária considerada “significativamente contracionista” pelo próprio BC.
Histórico recente
No encontro anterior, o Copom interrompeu um ciclo de sete elevações consecutivas iniciado em setembro de 2024. Antes disso, entre agosto de 2022 e maio de 2024, a Selic havia sido reduzida de 13,75% para 10,5% ao ano, mas voltou a subir diante da persistência das pressões inflacionárias.
De setembro de 2024 até agora, foram sete altas seguidas, levando os juros aos atuais 15%.
Projeções
De acordo com o boletim Focus, a projeção do mercado financeiro é de que a Selic termine 2025 no mesmo nível atual, com início do ciclo de cortes apenas em janeiro de 2026, quando poderia recuar para 14,75%. Para 2026, a previsão foi ajustada para 12,38% ao ano, e para 2027, permanece em 10,5%.
Segundo relatório da Warren Investimentos, a manutenção dos juros elevados se deve à desaceleração gradual da atividade econômica, à valorização do real frente ao dólar e ao comportamento dos dados de crédito. Por outro lado, ganhos reais de rendimento no mercado de trabalho exercem pressão sobre preços de bens e serviços.
Cenário internacional
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) deve anunciar nesta quarta-feira (17) o primeiro corte de juros de 2025, de 0,25 ponto percentual. A decisão ocorre em meio às pressões do presidente Donald Trump por uma política monetária mais flexível para estimular a atividade econômica.
Trump chegou a acionar a Justiça americana para tentar autorizar a demissão da diretora do Fed, Lisa Cook, acusando-a de prejudicar a condução da política monetária. A defesa da economista nega as acusações e alerta para os riscos de instabilidade institucional.
Impactos
A Selic é o principal instrumento de controle da inflação medida pelo IPCA. Juros mais altos encarecem o crédito, desestimulam consumo e produção, e tendem a conter o crescimento econômico.
O resultado do Copom desta quarta-feira definirá o rumo da política monetária brasileira pelos próximos 45 dias, até a próxima reunião do colegiado.
Fonte: gazetabrasil