Convergência da inflação à meta ‘turbina’ alta firme de bolsas europeias


A convergência apresentada pelos dados da inflação à meta, tanto na Europa, quanto nos EUA, premiou o viés de alta das bolsas europeias, na sessão desta sexta-feira (1ª), em referência ao índice de preços ao consumidor (CPI, da sigla em inglês) da zona do euro, e do índice de preços de gastos com consumo (PCE, da sigla em inglês), que mostraram desaceleração, em patamares abaixo do esperado.

Como reflexo, o índice Stoxx 600 avançou 0,51% a 461,46 pontos, atingindo a máxima intradiária em dez semanas. A tendência positiva foi precificada pelo índice Dax de Frankfurt, que cresceu 0,30% a 16.215,43 pontos, e o índice CAC 40 de Paris, que subiu de 0,59% a 7.310,77 pontos, além do avanço de 0,47% a 7.453,75 pontos do FTSE de Londres.

Em nota, o analista-chefe do IG Group, Chris Beauchamp, afirmou que, “enquanto o Fed continua a fazer progressos na luta contra a inflação, sinais recentes de enfraquecimento de preços na zona do euro deram um impulso nas ações da Europa também”, acrescentando que, nos dois casos, “o efeito foi aproximar a data esperada dos primeiros cortes de juros, criando mais expectativa de que em 2024 será encerrada a era de juros altos”.

Horas antes, a Eurostat divulgou que o índice de preços ao consumidor (CPI, da sigla em inglês) preliminar da zona do euro retrocedeu, mais que o esperado, em novembro, de 2,4%, na base anual, ante 2,9% de outubro. Trata-se do menor nível, desde julho de 2021, se aproximando da meta do Banco Central Europeu (BCE), de 2%.

Ao mesmo tempo, o núcleo da inflação – que exclui preços voláteis, como dos setores de alimentação e energia – recuou de 4,2% para 3,6%, no mesmo comparativo mensal. Também neste caso, o resultado reafirma a percepção do mercado de que a inflação na região estaria convergindo ao patamar de 2%, reforçando a possibilidade de o BCE encerrar logo o ciclo de alta dos juros. Outro fator que contribuiu para manter elevadas as cotações das bolsas, tendo em vista que as vendas do varejo da Alemanha subiram de 0,8%, em setembro, para 1,1% no mês passado.

Para o economista-chefe da zona do euro do Pantheon Macroeconomics, Claus Vistesen, o CPI de novembro aquém do estimado deverá pressionar o BCE a rever o discurso de que seriam ‘inimagináveis’ cortes de juros no ano que vem. Na sua previsão, os modelos da Pantheon indicam que o CPI da zona do euro deve ficar em 1,6% em 2024, metade do projetado pelo BCE.

Outro ponto de ‘suporte às bolsas do ‘velho continente’, foi a redução do PCE de outubro dos EUA, que desacelerou em relação a alta de 0,4% de setembro, conforme divulgou o Escritório Federal de Análise Econômica dos EUA (Bea, da sigla em inglês). Na base anual, o indicador ficou em 3% em outubro, também desacelerando em relação aos 3,4% registrados em setembro.

Fonte: capitalist

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