A Índia e a China, as nações asiáticas mais populosas e também umas das maiores economias do continente, estão se envolvendo em confrontos fronteiriços mortais na região de Ladakh desde maio de 2020. A disputa permanece sem solução apesar de 16 rodadas de encontros dos comandantes militares e outros altos diplomatas entre as duas nações.
Ao proferir um discurso no lançamento do Instituto de Política Social da Ásia em Nova Deli na segunda-feira (29), Jaishankar reiterou ainda que o estado da fronteira sino-indiana “determinará o estado das relações”.
“Diz-se que o pré-requisito para um século asiático é uma Índia e uma China se unindo. Por outro lado, sua incapacidade de fazê-lo vai prejudicar”, observou o ministro indiano.
Ele constatou que, embora os países do continente asiático estivessem “subindo” economicamente, grandes diferenças permaneceram entre os principais países.
“É por isso que subir, mas dividido, é uma preocupação tão forte”, observou ele.
O ministro disse que as “fissuras” dentro da Ásia terão que ser resolvidas através do cumprimento de leis, normas e regras comuns: “Para começar, a soberania e a integridade territorial terão que ser respeitadas. As iniciativas que impactam a região devem ser consultivas, não unilaterais. A conectividade, em particular, deve ser transparente, viável e baseada no mercado.”
Jaishankar também argumentou que o grupo Quad, que compreende a Austrália, Índia, Japão e os EUA, deve ser visto como um “esforço colaborativo”. De acordo com ele, ao contrário de outras regiões, a Ásia deixou a desejar em uma “arquitetura” regional, e é por isso que agrupamentos como o Quad são importantes.
Jaishankar apoiou ainda mais o envolvimento americano nos assuntos da Ásia, descrevendo Washington como um “poder residente” com “interesses legítimos” na região.
Pequim, por sua vez, critica o Quad. Ela afirma que Washington tenta lançar uma “OTAN asiática” através de seu envolvimento no grupo informal de quatro nações. A Iniciativa de Segurança Global, iniciada pelo presidente chinês Xi Jinping em abril, “se opôs a dividir” a região Ásia-Pacífico com a Estratégia Indo-Pacífico de Washington, também criticando a interferência de poderes externos na região.