Conselho da ONU aprova resolução que condena tratamento de Israel a civis em Gaza


O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou nesta
sexta-feira (5) uma resolução que condena, entre outros supostos abusos, “a
prática da fome de civis como método de guerra na Faixa de Gaza”, apesar dos
votos contrários de países como Alemanha, Argentina e Estados Unidos.

A resolução foi adotada no último dia da 55ª sessão do
Conselho, que durou seis semanas, com 28 votos a favor, seis contra e 13
abstenções, incluindo as de França, Índia, Japão e Holanda.

O texto também expressa “grave preocupação” com as
declarações de autoridades israelenses que “equivalem a incitação ao genocídio”
e pede à comunidade internacional que ponha fim à venda e à transferência de
armas para Israel “a fim de evitar novas violações do direito humanitário
internacional”.

Além disso, condena o uso de armas explosivas por Israel em
áreas povoadas na Faixa de Gaza “e o uso de inteligência artificial para
auxiliar na tomada de decisões militares que possam contribuir para a prática
de crimes internacionais”.

A resolução, inicialmente promovida pelo Paquistão em nome
da Organização de Cooperação Islâmica, pede que Israel deixe territórios que
ocupa desde 1967, incluindo Jerusalém, o fim do bloqueio na faixa e o fim de “todas
as formas de punição coletiva”.

Além de um cessar-fogo imediato, é solicitado acesso
humanitário imediato a Gaza para restaurar as necessidades básicas da
população.

Entre os que votaram a favor, estiveram outros países da
União Europeia, como Bélgica e Finlândia, assim como China, Cuba, vários países
árabes e africanos e o Chile.

Algumas das delegações que votaram contra, como Alemanha e
Argentina, esclareceram que o fizeram porque o texto, embora também condenasse
os ataques terroristas de 7 de outubro que deram início ao conflito, não
incluía menções condenatórias expressas ao Hamas.

Após a adoção da resolução, a embaixadora israelense na ONU
em Genebra, Meirav Eilon Shahar, lamentou a medida tomada pelo Conselho de
Direitos Humanos, frequentemente acusado pelas autoridades israelenses de
parcialidade.

“Os países que votaram a favor expressaram que os
israelenses não importam, que o assassinato de judeus e o estupro de mulheres
israelenses não importam”, disse a jornalistas à margem do Conselho.

Antes da votação, ela já havia questionado em seu discurso à
assembleia especializada da ONU, formada por 47 países com mandatos rotativos
de três anos: “Quantas mortes israelenses são necessárias para condenar o
Hamas, 1,2 mil não são suficientes?”, perguntou.

Em seguida, o embaixador palestino, Ibrahim Khraishi,
apontou para os países que se opõem à resolução condenatória, “que pedem
responsabilidade em todo o mundo, mas quando se trata de Israel sua posição
muda”.

“Como eles podem justificar para seus filhos o que estão
vendo agora, esse genocídio ao vivo? Essas 14 mil crianças palestinas e 9 mil
mulheres [mortas, segundo dados do 
Hamas] não são combatentes”, afirmou.

A delegação palestina, no último minuto, concordou em remover algumas das linhas mais controversas da resolução, como as que acusam Israel de ações que poderiam constituir “limpeza étnica” ou de ser “uma ameaça à paz e à segurança internacionais”. A medida aprovada hoje tem apenas caráter de recomendação.

Fonte: gazetadopovo

Anteriores Homem é preso em flagrante após perseguir e se masturbar na frente de mulheres
Próxima Milho fecha semana caindo até 2,1% na B3 sentindo pressão dos estoques