O mercado de transporte rodoviário está cada dia mais competitivo. A multiplicação de startups no setor exigiu uma rápida digitalização das companhias tradicionais. Com passagens aéreas nas alturas, a busca por passagens cresceu e o perfil do cliente que viaja de ônibus mudou.
Hoje, pessoas mais jovens, que muitas vezes nunca viajaram de ônibus, estão dispostas a reservarem suas poltronas em troca de preços menores e maior praticidade. Sem guichês e com aplicativo próprio, a wemobi é a aposta do Grupo JCA, dono da Cometa e outras companhias tradicionais, na disputa pela geração Z.
“Cerca de 40% dos clientes são pessoas de até 32 anos que descobriram o ônibus como um novo meio de transporte vantajoso para viajar”, diz Rodrigo Trevizan, CEO da wemobi.
Criada em julho 2020, no auge da pandemia, a startup já recebeu R$45 milhões em investimentos e atende 20 destinos nas regiões Sul e Sudeste, além de contar com um marketplace, venda de passagens de companhias parcerias, adicionando quase 400 destinos e conexão com mais de 3 mil trechos.
Em três anos foram comercializadas 2 milhões de passagens. No último ano, o faturamento foi de R$ 66 milhões e a expectativa é crescer 15% em 2023.
“Nós crescemos muito rápido nos últimos anos. Agora estamos em uma fase de maturação do negócio, com a consolidação de rotas já existentes e crescimentos pontuais”.
Novas parecerias também devem ser feitas no segundo semestre, o que permitira a wemobi atender todo o Brasil.
Como a wemobi funciona
A startup trabalha com um modelo que se apoia em quatro pontos para que consiga oferecer passagens mais em conta aos clientes. Segundo a companhia, os valores ficam até 60% inferior aos praticados no mercado.
A estratégia inclui:
- estrutura toda digital, sem guichês para venda ou retirada de passagens, permitindo que os clientes fazem tudo pela internet
- operação, majoritariamente, de ônibus que pertencem à JCA e que passam a ser dedicados à nova marca
- uso de veículos com capacidade maior de passageiros por viagem. A wemobi costuma usar ônibus de dois andares, com 68 lugares cada, enquanto um ônibus convencional opera com 46
- saída a partir de outros espaços – parte dos veículos de espaços como shoppings ou estabelecimentos como a rede Graal; ao não ter que pagar as taxas das rodoviárias, a empresa também economiza
Quem são os clientes da empresa
O objetivo da startup é atrair um público que está fora do sistema rodoviário. “70% dos clientes que estão na nossa plataforma não estavam nas empresas rodoviárias. Ou eles não viajavam ou pegavam aplicativos de carona ou usavam outro modal de transporte”, afirma o CEO.
Outro dado relevante sobre o perfil do público é que as compras são realizadas com cerca de 20 dias de antecedência, o que demonstra uma determinada programação para as viagens. No mercado em geral, o intervalo varia entre 2 e 3 dias.
Fonte: exame