A confusão em reportagem da Folha de São Paulo com o sobrenome Heil e a conhecida e repelida saudação nazista repercutiu na sessão de terça-feira (23) da Assembleia Legislativa.
Sargento Lima (PL) criticou matéria publicada pela Folha que interpretou a palavra “Heil” escrita com telhas brancas em telhados de casas do município de Urubici como uma exaltação ao nazismo, quando na verdade é apenas o sobrenome de uma família que tem casas de temporada e usa a palavra “Heil” como propaganda.
“A senhora estava no estado mais seguro do país, por isso a senhora escolheu visitar o nosso estado, fazendo um desfavor ao povo ordeiro e pacífico de Santa Catarina”, declarou Lima, acrescentando que membros da Bancada do Partido Liberal acionaram o Ministério Público (MPSC) para apurar a responsabilidade do jornal e da articulista que assinou a matéria.
Gerri Consoli (PSD) e Maurício Peixer (PL) apoiaram Lima.
“Em palestra que fiz fora do estado fui indagado da cultura do nazismo em Santa Catarina”, registrou Consoli, que negou enfaticamente a existência dessa cultura, apesar de em seguida lembrar do caso de uma piscina com o desenho da suástica no fundo e que foi alvo de ação do MPSC.
“Foi em Urubici, uma cidade ordeira, turística, uma cidade maravilhosa, e daí vem uma pessoa desqualificada, utilizando um diário nacional para falar tamanha besteira. Veio com olhos de urubu e cometeu essa injúria direta contra os catarinenses e contra a família Heil. Ela que não venha mais para cá, nós ficaremos muito felizes com essa atitude dela”, registrou Peixer.
Audiência pública dos convênios
Gerri Consoli informou que prefeitos, vices, vereadores e líderes do Alto Vale do Itajaí participarão em massa da audiência pública marcada para 30 de maio, às 11h, na Assembleia Legislativa, para tratar da suspensão do pagamento de convênios com os municípios firmados pelo governo anterior.
“O Alto Vale se fará presente maciçamente, queremos dialogar com o governo trazendo informações dos municípios”, afirmou Consoli, garantindo em seguida que na região os municípios aguardam o pagamento de cerca de R$ 80 mi em convênios e transferências especiais.
O deputado defendeu a continuidade dos “bons projetos” e alertou para os transtornos que as paralisações estão causando.
“As pessoas estão com a sensação de estagnação, estamos caindo no descrédito e sem a fé das pessoas é mais difícil”.
Tiago Zilli (MDB), presidente da Comissão de Assuntos Municipais, explicou que o objetivo da audiência pública é “ajudar o Estado a destravar as obras” e reivindicou do Executivo um cronograma para os pagamentos.
Mais cursos técnicos em Guaramirim
Lunelli (MDB) noticiou o envio de indicação à Secretaria de Estado da Educação (SED) para que amplie a oferta de cursos técnicos no Cedup de Guaramirim, haja vista a procura por mão de obra qualificada pelas indústrias da região.
“Há uma grande demanda por cursos na área têxtil, metal-mecânica e de enfermagem”, justificou Lunelli, que comparou o incentivo ao ensino técnico na Europa e no Brasil. “Na Europa 50% dos estudantes cursam o ensino médio junto com o técnico. No Brasil apenas 10%”.
Rota das cachoeiras de Corupá
Lunelli elogiou a decisão dos governantes de Corupá, no Norte do estado, de administrar a chamada Rota das Cachoeiras, trilha famosa pela beleza natural e pelo elevado número de cachoeiras do percurso.
“Quem já fez a trilha sabe da riqueza, são 14 cachoeiras, sendo a última com 125 metros de queda”, informou o ex-prefeito de Jaraguá do Sul.
Dr. Vicente Caropreso (PSDB) elogiou os dirigentes de Corupá e classificou a decisão de um grande avanço. “Quando se fala em turismo, se fala em qualidade de vida”.
Descriminalização do porte de maconha
Jair Miotto (União) criticou a decisão da presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) de pautar a descriminalização do porte de drogas para consumo próprio.
“Está para ser julgado amanhã no STF a possibilidade da descriminalização da posse de drogas. A pena já é branda, educativa, algo insignificante, mas o que vemos aí é que a Defensoria Pública de São Paulo arguiu a inconstitucionalidade da lei. Sou absolutamente contrário à descriminalização das drogas, é um péssimo exemplo”, pontuou Miotto.
Lucas Neves (Podemos) apoiou Miotto.
“Quero aqui me manifestar contrário à possibilidade da liberação do uso de drogas para consumo próprio, por ser totalmente contrário à possibilidade que será analisada pelo STF. A descriminalização abre precedentes importantes à saúde pública e afeta milhões de pessoas, não só os usuários, mas também suas famílias”, argumentou Lucas.
Falta de UTIs neonatais
Neodi Saretta (PT) avaliou que a falta de UTIs neonatais não deriva de uma crise momentânea causada pelo crescimento dos casos de insuficiência respiratória, mas de uma defasagem histórica de leitos de UTIs.
“Quando da pandemia, as UTIs do Brasil inteiro entraram em colapso e foi preciso aumentar o número de leitos. Nós sempre dizíamos que os leitos deveriam permanecer, infelizmente foram desativados e voltamos aos níveis históricos. A crise não vem de agora, nem da crise respiratória que vivemos no momento, talvez agora agravado pela queda drástica da cobertura vacinal, precisamos da ampliação de leitos de UTI em todo estado”, defendeu o presidente da Comissão de Saúde.
Saretta citou o exemplo do Vale do Rio do Peixe, cujos hospitais não têm uma UTI neonatal sequer, sendo que as crianças que necessitam de UTI são enviadas para Concórdia ou Curitibanos.
“Concórdia faz um bom trabalho, mas não tem condições de atender toda essa região”, avaliou Saretta, que ponderou o fato de que a crise das UTIs também atinge a fila das cirurgias eletivas, uma vez que as mesmas dependem de UTIs disponíveis para o caso de risco de morte dos pacientes.
Massocco (PL), líder do governo, reconheceu a falta de leitos, mas ponderou o esforço da Secretaria de Estado da Saúde (SES) para ampliar o número de leitos.
“A falta de leitos é um problema histórico, antigo e não vamos conseguir resolver da noite para o dia”, admitiu o líder, que garantiu que a “fila das cirurgias eletivas está andando bem” e que a SES deve zerar a fila até julho.
Hospital Infantil Joana de Gusmão
Sérgio Guimarães (União) criticou a gestão da SES e do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis.
“Estou nervoso porque não aguento mais receber vídeos de relatos de pais no Hospital Joana de Gusmão, em Florianópolis. Estou cansado com a secretária Carmen Zanotto, estou cansado de ligar para o diretor do Hospital. A secretária diz que é cultural, mas fala para um pai que está com o filho doente que tem de procurar uma UPA, é muita falação e pouca prática, se coloquem no lugar desses pais”, disparou Guimarães, que convidou o governador Jorginho Mello a visitar os hospitais.
Massocco respondeu ao colega.
“É fácil vir na tribuna gritar, todos sabem como Jorginho recebeu o governo do Estado e que tem sido muito transparente ao mostrar a situação do estado e o rumo que está tomando. A secretária Carmen está dando o máximo para resolver todos os problemas no menor tempo possível”, discursou o líder, que garantiu que o governador está focado em arrumar a casa e que os gestores entendem a dificuldade da saúde.
Guimarães, em aparte, desafiou o líder do governo a visitar a emergência do hospital e repetir o discurso para os pais.
Violência na EEB do Muquem
Marquito (PSol) denunciou na tribuna a violência que vem sofrendo uma professora da Escola de Educação Básica do Muquem, no Rio Vermelho, em Florianópolis.
“Um processo administrativo contra uma orientadora educacional foi instaurado, ela foi afastada e respondeu o processo. A investigação foi encerrada, a orientadora cumpriu as orientações, mas ao voltar ao trabalho tem sido agredida verbalmente. Quero fazer um apelo às figuras públicas, políticos, para que cuidem de suas posições, porque acabam transformando a vida de educadores”, reclamou Marquito.
Segundo o deputado, no dia 2 de maio crianças e adultos foram até a escola para agredir verbalmente e atirar pedras e ovos contra o carro da professora.
AGÊNCIA AL
Fonte: alesc.sc.gov