“Do ponto de vista bélico, estamos falando, talvez, do principal bloco militar em razão das capacidades agregadas. Claro, retirando desse cenário a OTAN”, afirma o especialista, citando a presença de Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha no bloco atlântico.
“O BRICS não é uma aliança militar como a OTAN, como foi no passado o Pacto de Varsóvia. Na verdade, a maior institucionalização do BRICS está no ponto de vista econômico-financeiro, com o Banco dos BRICS como a iniciativa mais ilustrativa”, declarou o professor.
“O BRICS é visto como uma dimensão estratégica pelos países-membros, e para o Brasil e a África do Sul, muito particularmente — porque são os países mais ‘fracos’, se assim pudermos colocar entre aspas, dessa parceria —, como a possibilidade de se inserir na dinâmica global ressignificada no contexto do século XXI e seguintes.”
“Difícil falar em BRICS em termo de cooperação militar, porque o Brasil, historicamente, não se coloca muito dentro de alianças militares. Não que a cooperação militar não possa acontecer”, afirma Gama.
“É, sim, relevante, mas não acredito que o Brasil vá se engajar na criação ou em um passo mais adiante da criação de uma aliança militar, por exemplo”, declara.