Como a guerra afeta a saúde mental?
“Existe hoje uma multiplicidade de fontes de informação. A gente está de fato bombardeado, assoberbado de informações, de dados, de todas as maneiras. E eu acho que à medida que a educação avança, a gente consegue decifrar melhor esse mundo de informações”, explica.
“Isso elevou o preço do trigo. O trigo mais caro, de uma certa maneira, repercute em algum momento lá no preço do pãozinho da dona de casa.”
Como controlar a ansiedade em eleições
“Se a gente pensar numa Argentina estável, próspera, com ótimos indicadores econômicos, crescimento do PIB [produto interno bruto], da riqueza, do IDH [índice de desenvolvimento humano], […] do comércio exterior, isso só traria ganhos para o Brasil. É um mercado de 40 milhões de habitantes, já foi uma economia de altíssima renda per capita, é uma economia de uma população educada. Então imagina a Argentina hoje nadando de braçada. Olha o que isso repercutiria no Brasil em termos de exportações, de investimentos, de mercados.”
Brasil e Argentina: tragédia lamentável
“Estamos perdendo em mercado externo, nossas exportações são menores do que podiam ser, estamos perdendo em investimento, enfim, estamos perdendo até mesmo em termos de imagem, porque, bem ou mal, arranha um pouquinho a imagem da América Latina uma economia como a da Argentina estar mal das pernas.”
“O mercado entende isso como maior incerteza. […] Diante de um quadro de maior dificuldade, o Milei não teria condições de responder à altura. Então estamos falando de mais incerteza, portanto estamos falando de mais risco.”
Qual é a importância da informação?
“O que ocorre, a meu ver, é que esse excesso [de informação], todos os excessos, em qualquer área, são nocivos. Porque eles justamente nos tiram uma oportunidade de organizar o que é bom, o que é ruim, de fazer escolhas. Então essa avalanche de informações frequentes, constantes, ela desorganiza bastante a nossa experiência emocional.”
Quais são os efeitos psicológicos da violência?
“Esse tipo de pessoa fica ali antenada um pouco nas informações que são pesadas, que trazem tristeza, conteúdos de alta violência. E isso intoxica. Eu penso que a pessoa que é exposta constantemente a isso vai ver o mundo a partir dessas lentes. E vendo o mundo a partir dessas lentes, o que ela vai esperar? Acho que ela fica ali com conteúdos muito difíceis de serem absorvidos, muito dolorosos, e acho que isso perpassa nossas emoções, nossos corpos também, que ficam ali, tensos, com esse tipo de informação.”
Como a guerra afeta a vida das pessoas?
“Acho que a maior chaga da guerra são as vidas de inocentes, especialmente crianças, sendo ceifadas, sendo submetidas a violências inomináveis. Então acho que a gente reconhecer isso é uma experiência humana. É você ver acionada ali a sua humanidade. De uma criança sofrendo, uma mãe que perde seus filhos, um pai desesperado que não tem o que levar de comida para sua família.”
“Acho que essa é uma experiência muito difícil e muito triste. E isso também nos coloca em situações de reflexão.”
“Claro, estou falando isso em um determinado contexto; como eu disse, cada situação é uma situação. Mas acho importante a gente pensar o que resgata a nossa humanidade. Porque a modernidade é muito focada na produtividade, é muito focada no ter, e muitas vezes nós paramos para sentir, ou nos permitimos sentir, paradoxalmente, quando estamos diante da tragédia”, afirma a professora.
Fonte: sputniknewsbrasil