Conflito ucraniano esvazia reservas europeias destinadas às metas da ONU, diz Bill Gates


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“A guerra na Ucrânia está aumentando seus orçamentos com custos de defesa, despesas para refugiados, subsídios de eletricidade e custos de transporte”, disse o bilionário em entrevista ao Financial Times, publicada nesta terça-feira (13).
Gates falou ao jornal após a fundação que ele e sua ex-mulher Melinda administram ter divulgado um relatório especificando como o programa de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU está prestes a falhar o cumprimento das suas metas para 2030.
A agenda foi adotada em 2015 e estabeleceu metas em 17 áreas como o combate à pobreza, à fome, promoção da educação e da igualdade e preservação dos recursos naturais. No meio do caminho, a capacidade da Humanidade de alcançá-las está sendo desafiada por crises inesperadas como a pandemia de COVID-19 e as hostilidades no Iêmen e na Ucrânia, diz o relatório recém-divulgado.
Em entrevista ao FT, Gates disse acreditar que a situação na Ucrânia tem tido um impacto maior na capacidade da Europa de patrocinar a agenda do que os danos causados pela COVID-19.
As nações europeias se comprometeram a enviar ajuda militar e financeira à Ucrânia para que ela pudesse lutar contra a Rússia. Eles também decidiram separar suas economias dos recursos e mercados russos, provocando um aumento da inflação e colocando as indústrias em risco devido ao aumento dos custos de produção. Gates pediu aos países europeus ricos para encontrar dinheiro para coisas como combater a poliomielite e a malária nas zonas mais pobres do mundo, apesar dos problemas que enfrentam.
O presidente russo, Vladimir Putin, com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, em Moscou - Sputnik Brasil, 1920, 11.09.2022

O relatório da Fundação Gates menciona a crise ucraniana como o maior desafio principalmente no contexto do papel que tanto a Ucrânia como a Rússia desempenham no fornecimento de grãos ao mercado alimentar global.
A capacidade da Rússia de exportar grãos foi prejudicada pela campanha de sanções liderada pelos EUA, que impediu os navios que transportavam mercadorias russas de prestar certos serviços. A ONU, um dos signatários do chamado acordo de grãos, prometeu usar sua influência para que essas sanções fossem levantadas, mas, de acordo com Moscou, nenhum progresso foi feito na questão até agora.
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