O Índice de Confiança do Consumidor caiu para 102,5, ante 107,8 revisado em setembro, com os altos custos dos empréstimos e a alta inflação afetando os orçamentos das famílias, disse o conselho da organização sem fins lucrativos que agrupa empresas públicas e privadas para o rastreio e publicação de dados econômicos.
“As expectativas dos consumidores em relação às perspectivas de curto prazo permaneceram sombrias”, disse a diretora sênior de indicadores econômicos do Conference Board, Lynn Franco. “O Índice de Expectativas ainda está abaixo de uma leitura de 80 – um nível associado à recessão – sugerindo que os riscos de recessão parecem estar aumentando”.
Os gastos do consumidor — o motor da economia dos EUA — foram altos durante a pandemia de COVID-19, pois os norte-americanos recorreram às compras on-line em meio às políticas de lockdown. Com as restrições sociais agora suspensas, os gastos permaneceram robustos em viagens e jantares – duas atividades severamente restringidas pelas medidas de combate à pandemia.
No entanto, um desequilíbrio global de oferta e demanda acarretou a mais alta inflação nos Estados Unidos das últimas quatro décadas, algo que o Fed está tentando conter por meio de uma série de aumentos na taxa de juros. A intervenção tem elevado o custo de empréstimos, aumentando as despesas gerais para os consumidores, alguns dos quais já começaram a controlar seus gastos.
A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor, ficou em 8,2% ao ano até setembro, não muito longe do pico de 40 anos de 9,1% nos 12 meses até junho.
A meta do Fed para a inflação é de 2% ao ano e, segundo o órgão, os aumentos na taxa de juros não devem recuar até que atinjam seu objetivo. Desde março, o Banco Central dos EUA elevou a taxa em 300 pontos base de uma base original de apenas 25. O Fed pretende adicionar mais 125 pontos base à taxa antes do final do ano.