Comunidade quilombola Toca Santa Cruz recebe Livroteca com obras que tratam da identidade e das lutas da população negra


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Projeto do MPF em SC promoveu também evento cultural na comunidade, no último sábado


Fotos: Ascom – PR/SC

O projeto Livroteca – Páginas de Cidadania, do Ministério Público Federal (MPF) em Santa Catarina, entregou, no último sábado (6), mais uma geladeira repleta de livros. Desta vez, quem recebeu uma Livroteca novinha foi a Comunidade Remanescente Quilombola Toca Santa Cruz, em Paulo Lopes. Além da doação dos livros, o projeto promoveu um evento cultural com poesia, roda de conversa com escritoras negras, canto e música, tocada em um orocongo, um instrumento de origem africana.

Recebendo os convidados do evento na entrada da casa onde ocorrem as aulas da educação quilombola, a representante do Movimento Negro Unificado (MNU) Lurdinha Mina disse que “a educação quilombola tem um efeito fantástico, porque foi através da educação que a comunidade começou a se autorreconhecer e a se unir”. Ela salienta que os cinco núcleos familiares que compõem a comunidade puderam entender que ali existe uma coletividade histórica, graças à educação.

A procuradora da República e coordenadora do projeto Livroteca Daniele Escobar fez questão de destacar “o desenvolvimento e salto que a gente vê que esta comunidade está conquistando. São pequenos passos que, dia a dia, vão nos levando para um lugar melhor pra nós”. Segundo ela, “é uma rica oportunidade de aprendizado estar aqui com vocês. Poder conhecer melhor essa área do quilombo e cada um de vocês, porque assim a gente consegue contribuir e aprender ao mesmo tempo”.

Segundo a procuradora da República Analúcia Hartmann, que atua na defesa dos direitos dos indígenas e quilombolas, “o que de melhor eu vejo é a união de vocês. É nesse sentido que a gente está sempre acompanhando e tentando respaldar judicialmente o que é demanda legítima de vocês”. De acordo com ela, “apesar de ser difícil esse processo de conseguir a retomada das terras quilombolas, sua demarcação e regularização, nós já conseguimos a publicação da Vidal Martins e uma decisão judicial sobre São Roque também. As coisas estão começando a melhorar”.

Dando início às atividades culturais do evento, a também coordenadora do projeto Livroteca Cynthia Orengo disse que “quando a gente procurou o MNU, ficamos superfelizes ao sabermos que seria aqui na Toca. Pra nós, esta Livroteca é uma das mais importantes, por todo o contexto histórico de lutas da comunidade. A formação deste acervo foi muito bonita. Nós fomos em busca, dentro das doações, de escritores que tivessem uma identificação com o tema. Nós esperamos que vocês aproveitem muito e que a Livroteca sirva também para encorajar quem não escreve a começar a escrever”.

A tarde seguiu com relatos das lutas de mulheres negras, com a participação das escritoras Cauane Maia, Priscila Freitas e Tatiane Santos, além de música, canto e a poesia de Preto Lauffer. Enquanto essas atividades eram realizadas, a artista visual Gugie Cavalcanti grafitou a geladeira que receberia os livros doados para a comunidade, utilizando o conceito de “live painting”. Ao tratar da obra que ela faria na geladeira, disse que “eu vou contribuir aqui, trazendo representatividade, uma pesquisa sobre aproximação, intimidade e criação de um imaginário coletivo mais diverso, com mais presença. Tô feliz demais de estar aqui”.


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