Como saber se os pneus estão fora do prazo de validade? Rasgo e bolha são riscos?


Quem gosta de desmistificar lendas urbanas vai curtir essa. Digite a expressão “moeda de R$ 1 pneu” no site de buscas de sua preferência. O resultado da pesquisa, logo na primeira página, é uma enxurrada de textos e vídeos afirmando que, enfiando uma moeda de R$ 1 em um dos sulcos do pneu, é possível saber se já está na hora de trocá-lo. Será mesmo?

“A profundidade mínima remanescente do sulco permitida por lei é de 1,6 milímetro, e as bordas douradas de uma moeda de um real têm 4 mm de largura. Dito isso, podemos afirmar que se trata de uma informação imprecisa”, afirma Roberto Ayala, Gerente de Engenharia de Vendas da Bridgestone.

Entre os sulcos dos pneus há filetes de borracha que indicam o desgaste, o chamado Tread Wear Indicator (TWI). Quando a superfície do pneu começa a se aproximar desses pequenos blocos, significa que a profundidade da banda de rodagem está ficando menor que 1,6 mm e chegou a hora de trocá-lo.

Em termos dinâmicos, os pneus de um carro “sofrem” para além de suportar cargas. São submetidos a esforços nas alterações de trajetória, em frenagens, quando absorvem impactos e ao transferir as forças de tração. É um item de segurança que merece atenção com o prazo de garantia do fabricante, a manutenção da calibragem correta e a conservação.

Hugo Issao Terazaki, gerente técnico de serviços da Dunlop Pneus, conta que um pneu é composto por inúmeros elementos além da borracha e que o desgaste ocorre não só pelo uso, mas também pela ação do tempo. Ele detalha que o gasto é determinado por fatores como o tipo de uso do veículo, a manutenção, a contaminação por agentes que agridem a borracha e o armazenamento do produto.

Pneu não tem prazo de validade, apenas prazo de garantia de cinco anos estabelecido pelos fabricantes, segundo a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP). A orientação é de que, após cinco anos da fabricação, seja feita uma avaliação para verificar se há trincas, ressecamento ou alguma avaria no produto que o impeça de seguir viagem pelo comprometimento da segurança dos ocupantes do carro”, diz Terazaki.

Isso tudo porque os pneus exigem manutenção periódica – o que inclui a calibragem regular indicada pela montadora para cada veículo. Esse cuidado, segundo o gerente da Dunlop, favorece ainda aspectos importantes como a economia de combustível.

Seja em uma vistoria ou mesmo em casa, se forem notados rasgos ou bolhas nos pneus, a recomendação dos especialistas é encostar o carro em uma loja para fazer a troca. “Geralmente, rasgos e bolhas nos pneus são causados por incidentes na via como buracos, guias e pedras”, afirma Terazaki.

Ayala reforça que rasgos e bolhas são sinais de perigo para o usuário. “Eventualmente, um rasgo superficial pode permitir que o pneu continue em uso, porém, é sempre importante consultar um especialista para analisar a extensão do dano. Para checar se o estrago atingiu apenas a camada externa do pneu ou se danificou a estrutura, por exemplo. As bolhas indicam que a estrutura interna foi comprometida e que o pneu deve ser trocado imediatamente”, afirma.

O gerente da Bridgestone comenta ainda que o desgaste irregular dos pneus geralmente está ligado à aplicação de pressão incorreta e à falta de manutenção adequada, de alinhamento e de rodízio.

“Uma suspensão mal alinhada faz os pneus rodarem de maneira desigual, provocando desgaste irregular devido às forças aplicadas neles. E, caso a pressão esteja incorreta, o ponto de contato do pneu com o solo fica alterado, prejudicando o consumo e comprometendo a dirigibilidade.”

Caso o orçamento não permita a substituição de todo o conjunto – e os quatro pneus não estejam no fim da vida –, é possível trocar apenas um par.

“Se o carro tiver pneus ainda em boas condições para uso, podem ser trocados só os mais desgastados, ou os que apresentarem danos. É essencial montar sempre os pneus novos no eixo traseiro, e indispensável fazer alinhamento e balanceamento do conjunto para garantir a distribuição adequada do peso do veículo e a segurança dos ocupantes”, diz Ayala.

Segurança deve ser o primeiro critério no cuidado do automóvel, e o Código de Trânsito Brasileiro está aí para lembrar disso. Pneus gastos podem ser enquadrados no artigo 230, que considera infração grave quem roda com o veículo em mau estado de conservação, comprometendo a segurança. A multa é de R$ 195,23, mais cinco pontos na CNH e a possibilidade de ter o veículo retido para regularização.

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Fonte: direitonews

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