Um Volkswagen Fusca mais do que especial está em exibição no Complexo Dream Car de São Roque (SP). Trata-se de uma unidade produzida na Alemanha em 1970 com câmbio automático, combinação que nunca existiu no Brasil. A mostra é parte da celebração do Dia Mundial do Fusca, comemorado neste domingo (22).
O dono do carismático Volkswagen, Marcio Guerino, conta que a existência do Fusca automático o intrigava porque essa configuração nunca veio oficialmente ao Brasil. Pesquisando na internet, encontrou uma unidade em Lima (Peru) no acervo de um colecionador. O colecionador negociou e, em março de 2024, trouxe o Fusquinha automático original, com 55 mil quilômetros rodados, de navio a São Paulo.
O funcionamento do câmbio automático de três velocidades do Fusca 1970 é um tanto quanto inusitado. Isso porque, em sua concepção, trata-se de uma caixa manual adaptada. A Volkswagen eliminou o pedal de embreagem do Fusca e sua primeira marcha; depois, com as três que sobraram — mais a ré —, criou o câmbio automático que foi atrelado ao motor 1.500 boxer de quatro cilindros refrigerado a ar. Os números de época indicavam 52 cv de potência e 10,3 kgfm de torque.
A segunda marcha se tornou a “L” (de Low), com relação curta para elevar o torque em baixas rotações. Dessa forma, poderia ser usada para reboque ou, como nos carros automáticos modernos, encarar subidas mais desafiadoras.
Adiante, a terceira marcha virou a posição “1”, recomendada para o uso urbano; e a quarta se tornou a “2”, para trajetos rodoviários. Por se tratar de um sistema primitivo, o Fusca automático não era capaz de fazer as mudanças de marcha automaticamente: o motorista deveria selecioná-las de acordo com a condição de rodagem, mas sem precisar de um pedal de embreagem para isso.
No Fusca automático, um conversor de torque hidráulico cumpre o papel do modulador de embreagem. É por isso que o conjunto platô-disco só funciona totalmente aberto ou totalmente fechado, sem a variação que o pedal de embreagem permite. Ou seja, é um sistema quase automatizado.
Existem algumas diferenças estéticas entre o Fusca automático alemão com o Fusca nacional. Na tampa do motor, a inscrição “Automatic” não deixa mentir o principal diferencial dessa unidade. Os vidros laterais e o para-brisa são maiores, assim como as rodas “mexicanas”.
Em 1970, o Fusca alemão já incorporava equipamentos que só apareceriam no modelo nacional anos depois. É o caso do retrovisor do lado direito, dos pisca-alertas e do bocal externo do tanque. O marcador de combustível foi integrado à área central do relógio do velocímetro. Para conhecê-lo em detalhes, basta visitar o Complexo Dream Car de São Roque.
Museu Dream Car
Endereço: Estrada do Vinho 7.901 – São Roque (SP)
Horário de funcionamento: terça a quinta, das 9h às 18h; sexta e sábado, das 9h às 19h; domingos e feriados, das 9h às 18h
Preços: R$ 39,90 (dias de semana, todos os visitantes), R$ 42,99 (meia-entrada p/ estudantes, idosos, professores, policiais e PcD), R$ 85,99 (adultos).
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Fonte: direitonews