Não importa se você está passando por uma crise pontual, como um luto, ou se quer apenas se conhecer melhor. Há momentos na vida em que não sabemos como lidar com alguma situação e, nessas horas, a ajuda de um terapeuta pode fazer toda a diferença. Ele pode funcionar como um guia para trilhar o caminho – ainda que caiba somente ao paciente percorrê-lo.
Mas como escolher o melhor profissional neste momento? O mais importante é a relação que se estabelece com o psicólogo, já que é ele quem vai acompanhar essa jornada. Como em qualquer relacionamento, o que funciona para uns pode não funcionar para outros. É aqui que entra o tipo de abordagem terapêutica, como as técnicas usadas em cada sessão, além da própria maneira de conduzir do profissional.
Independentemente da linha, todas as vertentes têm exatamente o mesmo objetivo: ajudar o paciente no processo de autoconhecimento e aliviar o sofrimento mental pelo qual está passando. “É um trabalho de ressignificação e cuidado”, diz a psicóloga Thaís Martins, do Hospital Israelita Albert Einstein. “O paciente tem que se identificar com a forma como está sendo guiado e cuidado”.
Essa “química” é a primeira pista para saber se as sessões estão funcionando e se vale a pena seguir o processo. “Essa relação é cultivada, construída. É difícil estabelecer esse vínculo em uma só sessão”, lembra Thaís.
Hora de desistir?
Muita gente desiste na primeira ou acha que não deve fazer terapia porque não gostou daquela experiência – sem saber que com outra pessoa ou outra técnica o resultado poderia ser completamente diferente. “É importante ver se está bem, percebendo como se sente, se isso faz sentido.” Se for o caso, parta para outro profissional.
Por outro lado, alguns sinais de alerta mostram que há algo totalmente errado nas sessões: o psicoterapeuta não pode de nenhuma forma impor suas visões de mundo, preconceitos, crenças, nem dizer o que o paciente deve fazer. “É um espaço de fala e experiência do paciente, não do terapeuta”.
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Reconhecer as dificuldades e buscar ajuda especializada são as melhores maneiras de lidar com momentos nos quais a carga de estresse está altaGetty Images
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Mas como saber quando buscar ajuda? A qualidade da saúde mental é determinada pela forma como lidamos com os sentimentosGetty Images
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Pessoas mentalmente saudáveis são capazes de lidar de forma equilibrada com conflitos, perturbações, traumas ou transições importantes nos diferentes ciclos da vida. Porém, alguns sinais podem indicar quando a saúde mental não está boaGetty Images
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Insônia: se não há sono de qualidade é impossível recuperar a energia necessária para seguir em um novo dia. Os distúrbios ligados ao sono são um dos principais fatores que afetam a saúde mental das pessoasGetty Images
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Estresse: se a irritação é recorrente e nos leva a ter reações aumentadas frente a pequenos acontecimentos, o sinal vermelho deve ser acionado. Caso o estresse seja acompanhado de problemas para dormir, é hora de buscar ajudaGetty Images
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Mudanças repentinas de humor: o humor depende de diferentes situações, porém, se a inconstância é persistente pode ser um sinal do corpo de que algo não está bem e pode ser necessária uma mudança de hábitosGetty Images
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Lapsos de memória: se a pessoa começa a perceber que a memória está falhando no dia a dia com coisas muito simples é provável que esteja passando por um episódio de esgotamento mentalGetty Images
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Alteração no apetite: na alimentação, a pessoa que come muito mais do que deve usa a comida como válvula de escape para aliviar a ansiedade. Já outras, perdem completamente o apetiteGetty Images
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Autoestima baixa: outro sinal de alerta é a sensação de incapacidade, impotência e fragilidade. Nesse caso, é comum a pessoa se sentir menos importante e achar que ninguém se importa com elaGetty Images
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Desleixo com a higiene: uma das características da depressão é a perda da vontade de cuidar de si mesmo. A pessoa costuma estar com a higiene corporal comprometida e perde a vaidadeGetty Images
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Sentimento contínuo de tristeza: ao contrário da tristeza, a depressão é um fenômeno interno, que não precisa de um acontecimento. A pessoa fica apática e não sente vontade de fazer nadaGetty Images
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Para receber diagnóstico e iniciar o tratamento adequado, é muito importante consultar um psiquiatra ou psicólogo. Assim que você perceber que não se sente tão bem como antes, procure um profissional para ajudá-lo a encontrar as causas para o seu desconfortoGetty Images
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Além disso, não se trata de dar conselhos. É o paciente que vai chegar às suas próprias conclusões e respostas: “É um processo muito mais para dentro do que para fora, que às vezes gera mais perguntas”, explica a especialista do Einstein.
Nesse processo, não há fórmulas prontas, respostas fáceis e soluções padronizadas. Ele também depende muito da abertura da pessoa, inclusive para tocar em temas espinhosos. Dependendo do objetivo da terapia e do perfil de cada um, pode levar semanas, meses e até anos.
Diversas abordagens
Ainda que para o leigo não faça muita diferença saber o que está por trás de cada abordagem terapêutica, algumas informações podem ajudar a nortear essa escolha. Existem diversas linhas e cada uma delas tem várias vertentes. Mas, seja qual for a opção do paciente, é importante se informar se o profissional tem cursos de formação específica na área, se faz parte de instituições e sociedades, entre outras referências.
Abaixo, algumas das vertentes mais tradicionais de terapia:
Psicanálise – Talvez seja a mais conhecida devido à fama do seu fundador, Sigmund Freud. Ela busca a origem inconsciente dos conflitos e sofrimentos que a pessoa vivencia, causando sintomas como ansiedade ou dificuldade de relacionamento, por exemplo. Há várias linhas dentro dela (freudianos, os lacanianos, entre outros). Na mais clássica, usa-se o divã, o paciente fica de costas para o analista, que costuma ficar calado. Mas nem todos os profissionais trabalham assim. O paciente fala o que lhe vem à cabeça. A ideia é que ele faça associações livres e, com a ajuda do terapeuta, consiga interpretar o conteúdo.
Terapia cognitivo-comportamental – O objetivo é elucidar as relações entre pensamento, cognição, emoções e comportamento para entender por que a pessoa desenvolve certos padrões de comportamento. Trata-se de uma abordagem mais prática, com objetivos terapêuticos bem definidos. Por isso, as sessões incluem uma agenda bem estruturada, inclusive dos tópicos a tratar, e podem incluir exercícios, listas e metas. A proposta é ajudar o paciente a achar soluções mais adequadas para seus problemas. Aqui o terapeuta tem um papel mais ativo, instigando insights.
Psicodrama – Usa técnicas de dramatização, com interpretação de papeis, para provocar reflexões que ajudem a pessoa a entender seus comportamentos em cada situação. Por isso, além da linguagem verbal, utiliza também a expressão corporal, encenações e exercícios para explorar possiblidades de solução de problemas.
Gestalt – Parte da premissa que o ser humano tem a capacidade de escolher, sendo responsável pela sua própria história. Trabalha com o presente, sem excluir as lembranças do passado e as perspectivas para o futuro. A partir do contexto em que a pessoa está inserida, ajuda a identificar o significado de cada situação e a tomar consciência. (Fonte: Agência Einstein)