A comissão mista instalada pela Assembleia Legislativa para tratar do rompimento do reservatório da Casan em Florianópolis, ocorrido em setembro passado, vai apresentar seu relatório final em 5 de março. A data foi informada pelo relator, deputado Mário Motta (PSD), durante reunião na tarde desta terça-feira (5).
Antes, em 27 de fevereiro, Motta apresentará o relatório preliminar com as conclusões da comissão. Até lá, o grupo pretende receber a Construtora Gomes & Gomes, responsável pela construção do reservatório, além de ouvir novamente o presidente da Casan, Edson Moritz.
Para a reunião desta terça, a expectativa da comissão era ouvir os representantes da construtora, mas eles não compareceram. “Lamentamos, o espaço está livre para que eles possam participar. Ainda teremos mais duas reuniões com possibilidade de oitivas”, disse o relator Mário Motta, que apresentou requerimento com questionamentos à Gomes & Gomes.
O vice-presidente da comissão, deputado Marquito (Psol), também lamentou a ausência dos representantes da construtora. O deputado Lunelli (MDB), membro do grupo, fez a mesma observação, mas considerou que a Casan tem sua parcela de responsabilidade no rompimento do reservatório, por ter falhado na fiscalização da obra.
Engenheiro
Na reunião desta terça, a comissão recebeu o engenheiro Hugo Rohden, servidor da Casan que atua na gerência de projetos da companhia. Ele afirmou que ingressou na estatal em 2012, depois que o projeto para a construção do reservatório estava aprovado, em 2010.
Rohden esclareceu aos deputados que não era gestor do projeto, nem fiscal do projeto. “Houve um envolvimento da minha pessoa ao longo da execução da obra”, disse. “Fui o engenheiro responsável por essa interlocução entre a obra e a fiscalização da Casan com a TopoSolo [empresa que elaborou o projeto do reservatório].”
O servidor também informou que o preenchimento dos diários da obra não fazia parte de suas atividades. “Acompanhamento de obra não faz parte das minhas atividades e não fez na época”, disse Rohden. “Ela se dá na área de projetos. Dessa e de outras obras, os questionamentos surgem, entramos em contato com a empresa que fez o projeto e retorna isso para a fiscalização da Casan.”
O engenheiro afirmou que acompanhou ao menos uma visita técnica à obra para dirimir dúvidas sobre o projeto, na presença do engenheiro Paulo Wagner, que elaborou o projeto. Questionado pelo relator sobre questões específicas a respeito da obra, Rohden disse se recordar de dúvidas sobre o projeto, mas não das respostas, que eram repassadas diretamente à fiscalização. “Como não sou o responsável técnico pela elaboração do projeto, nem dava esse tipo de opinião. Isso não é competência minha”, declarou.
Agência AL
Fonte: alesc.sc.gov