Comissão de Economia debate fomento a startups e formação de novos talentos


A Comissão de Economia, Ciência, Tecnologia, Minas e Energia recebeu o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc), Fábio Wagner Pinto, e o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcelo Fett, nesta quarta-feira (17), a fim de debater as estratégias de fomento às startups e formação de novos talentos para a nova economia estadual. 

Durante a reunião, os convidados apresentaram a situação dos centros de inovação e das políticas públicas da Fapesc na área de ciência e tecnologia, e as atribuições e planos da nova Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação para o ano de 2023.

Fábio Wagner Pinto apontou a importância das trocas com a Assembleia Legislativa na construção de projetos e políticas públicas que beneficiem instituições de ensino e estudantes, por meio de pesquisa e inovação, bem como na manutenção e criação de bolsas de estudo. “Temos quatro bases de atuação, que são Pesquisa, Inovação, eventos de Ciência, Tecnologia e Inovação e as bolsas de estudo, por meio das quais somos mais conhecidos no estado. No entanto, na parte da pesquisa em si, hoje, nós somos seis colaboradores gerindo em 56 editais, ou seja, nós abrimos editais e as pessoas e as instituições de ensino podem se inscrever com seus projetos de pesquisa e, assim, submetê-los na parte de inovação e na parte mais direcionada às startups e às pequenas e médias empresas que querem subsídio seja para um novo produto, para começar a operação”.

Inovação
Fábio apresentou programas da Fapesc que promovem a entrada ou lançamento de novos produtos e, assim, inovação no estado e aumento do faturamento de empresas. Segundo ele, existem cerca de 640 projetos, em 42 editais, lançados ao longo dos anos. “As empresas vão desenvolvendo seus trabalhos em cima disso e há destaques em todos os ramos de indústria, seja dos pequenos, que são empresas que estão nascendo para trabalhar com novos produtos, ou empresas que estão implantando novos produtos na sua linha.”

Os eventos de divulgação de ciência e tecnologia em universidades foram apontados por ele como dos mais interessantes, além de estarem proporcionando, atualmente, em torno de 1.200 bolsas de estudo. “Também temos bolsistas dentro do governo que estão trabalhando para desburocratizar a máquina, para ganhar ganho de agilidade de folha de pagamento, por exemplo, e em pesquisas regionais para a gente entender melhor o contexto específico das regiões do estado”. 

Pesquisas relacionadas à inserção de chips no setor da biologia e agricultura, desenvolvimento da indústria automotiva e pesquisas direcionadas à saúde, por meio da tecnologia, também foram abordadas pelo presidente da Fapesc, além de estudos de impacto tecnológico na educação, como uso de tablets, celulares e internet.

Marcelo Fett, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, destacou o gap de produtividade no estado, ligado à questão da inovação e do componente tecnológico. “Nossa pauta é a do desenvolvimento econômico. Então, foi fundamental a criação da secretaria para fomentar a política de desenvolvimento econômico do estado. Vamos atuar basicamente em duas frentes: a primeira na criação de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento econômico pela inovação. Para isso, temos que atuar basicamente em sete pilares fundamentais: capital humano, ambiente legal, infraestrutura, ambientes de inovação, atração de investimentos, sustentabilidade e financiamento.”

O objetivo, segundo Fett, é melhorar a produtividade da economia e, consequentemente, a competitividade do empreendedor catarinense. “Por outro lado, a secretaria também tem a função de fazer com que o estado possa consumir as tecnologias que são desenvolvidas e que estão disponíveis com foco no que a gente chama de transformação digital, mas que na prática significa a melhoria da prestação do serviço público para o cidadão”.

Capital humano
Marcelo Fett colocou o capital humano, juntamente com a questão da infraestrutura, como grande gargalo do desenvolvimento do estado, em razão do déficit de mão de obra qualificada para o setor de tecnologia. “Devemos chegar em 34.000 vagas nos próximos três anos. Se multiplicarmos isso por um salário médio de 6 mil reais, temos uma ideia da massa salarial que está deixando de ser incorporada à economia de Santa Catarina por não termos competência técnica e socioemocional aderentes a este novo modelo de desenvolvimento”.

Formação técnica e de nível superior foram debatidas como essenciais por Fett, que lembrou da aprovação na Alesc do projeto Universidade Gratuita.

O deputado Jair Miotto (União), presidente da comissão, falou sobre as novas oportunidades criadas a partir da aprovação desse projeto. “Podemos, quem sabe, trabalhar as profissões do futuro, a própria questão do ensino médio. Eu penso que na universidade gratuita nós podemos, através da secretaria, trabalhar essa formação de mão de obra”.

Fett destacou, ainda, a importância que o trabalho remoto tem ganhado, principalmente, com a pandemia. “O que a gente chama de transformação digital sofreu uma aceleração muito grande. Algumas tecnologias começaram a ficar muito disponíveis e a metodologia de trabalho mudou. Nosso capital humano daqui pode estar trabalhando, por exemplo, no Google do Vale do Silício a partir de Curitibanos. Desde que a gente tenha competência, isso não é ruim para o estado. A gente não pode esquecer que, em função da transformação digital, hoje a disputa de vagas é global, da mesma forma que o mercado é global, a mão de obra é global. Então uma das coisas que a gente fica se perguntando é se a nossa estratégia de atração de empresas hoje deve ser focada em atrair empresas para Santa Catarina ou atrair talentos que possam trabalhar em empresas de qualquer lugar do mundo”, concluiu Fett.

Sustentabilidade
Obedecer às diretrizes de sustentabilidade que estão sendo impostas pela sociedade foi outro ponto relevante no debate. Fábio Wagner Pinto falou sobre os impactos que a velocidade tecnológica tem causado no meio ambiente e sobre a enorme necessidade do cuidado, e deu como exemplo a extensão do litoral de Santa Catarina que deve ser explorado de forma ecologicamente correta, com valorização de mão de obra desse setor.

 

Michelle Dias
Agência AL

Fonte: alesc.sc.gov

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