“O que queremos é confirmar que a intenção da Petrobras agora é funcionar como uma empresa eficiente e qualificada”. Com base nesse argumento, o senador tucano por Sergipe, Alessandro Vieira (foto) justificou o requerimento de sua autoria, para que o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates dê explicações, em audiência pública (sem data definida), à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) sobre a nova na política comercial da companhia, que implicou o fim da paridade internacional de preços do petróleo, baseada na variação do dólar e no mercado internacional.
Sobre o convite, Vieira acentuou que ”o que se busca é garantir o funcionamento adequado da empresa. Nenhuma empresa pode funcionar nem a base de preços excessivos, que arrochem o consumidor, e muito menos com preços subdimensionados, que destruam a empresa. O Brasil já vivenciou os dois extremos”.
Ao lembrar que a política de paridade de importação (PPI) já vigorava há mais de seis anos, o senador tucano destacou que, por meio de tal regra, “as oscilações externas refletiam direta e automaticamente no mercado interno”. Durante a campanha presidencial, o critério de reajuste dos combustíveis pelo PPI foi alvo de duras críticas do então candidato petista Lula.
Em contraponto, em defesa do fim do PPI, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) disse acreditar que o fim da paridade ‘deve promover a desindexação dos preços dos combustíveis no país. “Em 2021, vimos nossa inflação bater dois dígitos em função de uma reindexação da economia”, assinalou o parlamentar, para quem é preciso “fazer uma composição de como deve ser o preço dos combustíveis no Brasil. O que é custo de produção em real e o que é custo em dólar”.
Ao manifestar ‘surpresa’ diante do anúncio (fim do PPI) pela Petrobras, o senador Sergio Moro (União-PR) garantiu que o convite a Jean Paul Prates não tem caráter ‘punitivo’. “É essencial que a Casa se debruce sobre esse tema. É uma audiência informativa, e a CAE precisa se informar sobre a política econômica do país. Não coloco essa audiência como alguma medida punitiva. Pelo contrário, apenas informativa”.
No comunicado feito mais cedo, a Petrobras informou que “os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”. O texto acrescenta, ainda, que “a nova estratégia comercial” da empresa deve adotar duas referências do mercado para a composição dos preços: o custo alternativo do cliente e o valor marginal para a Petrobras.
Fonte: capitalist