Combinação de recuo do dólar com corte de produção não evita alta do petróleo


Em que pese a desvalorização do dólar, que incentiva a demanda, em contraste com cortes de produção em sequência (aperto de oferta) pelos grandes produtores Rússia e Arábia Saudita – sem contar os danos esperados do furacão ‘Idália’, que avança sobre o estado ianque da Flórida – o petróleo apresentou avanço de 1% na sessão desta terça-feira (29).

Refletindo tais fatores díspares, o petróleo tipo WTI para outubro na New York Mercantile Exchange (Nymex) apresentou alta de 1,32% (+US$ 1,06), cotado a US$ 81,16 o barril, enquanto tipo Brent para novembro, que encerrou os negócios, na Intercontinental Exchange (ICE), registrou ganhos de 1,24% (+US$ 1,04) a US$ 84,91 o barril.

Numa sessão marcada pela volatilidade, o viés altista da commodity deu sinais de consolidação, no período da tarde, à medida que o dólar aprofundava perdas, o que tornava o insumo energético mais barato para operadores de outras divisas.

No paralelo, os movimentos do mercado também refletiam a divulgação de dados do mercado de trabalho e da confiança do consumidor estadunidense. O caráter moderado desses indicadores fez com que o mercado redobrasse as apostas em torno de um fim iminente do ciclo de aperto monetário nos EUA, pelo Federal Reserve (Fed), no sentido de favorecer o consumo local.

O analista da Oanda, Graig Erlam observa que persistem dúvidas quanto ao comportamento da economia global, face à lenta recuperação da China e alta dos juros internacionais, que podem deflagrar processos recessivos em algumas regiões. “Mas pelo lado da oferta, grandes produtores continuam comprometidos a garantir que o mercado de petróleo permanecerá apertado e os preços, mais altos”, comentou, citando os cortes da Opep+, notadamente dos russos e dos sauditas”, afirmou.

Ante à volatilidade dos preços no mercado petrolífero, Erlam comentou a decisão da petrolífera Chevron, que evacuou equipes de três plataformas de petróleo, na parte ianque do Golfo do México, devido à chegada do furacão Idália. Ao mesmo tempo, a Shell anunciou que não pretende fechar nenhuma de suas instalações de produção offshore, em razão do fenômeno climático.

Fonte: capitalist

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