Com a faca no pescoço, Neri Geller se diz tranquilo sobre leilão bilionário da Conab


Na berlinda após a repercussão negativa do leilão de 1,31 bilhão de reais organizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a aquisição de 263 mil toneladas de arroz importado, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, afirmou não estar preocupado quanto à lisura do certame nem sobre sua permanência no cargo.

“Estou muito tranquilo, já fui ministro e hoje estou aqui para ajudar”, disse Geller, que integrou o primeiro escalão do governo Dilma Rousseff.

Em entrevista à revista Veja, Geller relatou que se reuniu nesta segunda-feira com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e demonstrou sua confiança em relação ao leilão.

“Disse a ele que estou 100% tranquilo, conheço o setor há 20 anos”, afirmou o ex-deputado federal por Mato Grosso. Segundo o secretário, a reunião prosseguiu com discussões sobre outros assuntos da pasta. “Depois fui para a minha sala e despachei normalmente”, acrescentou.

Apesar da tranquilidade manifestada por Geller, o governo federal discute internamente sua permanência no cargo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou insatisfação pelo fato de uma iniciativa pensada para ser positiva ter se transformado em uma crise.

No Congresso, há deputados coletando assinaturas para a criação de uma CPI do Arroz, possivelmente impulsionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Geller está no centro da polêmica após a revelação de que a FOCO Corretora de Grãos, que participou do leilão, pertence ao empresário Robson Almeida de França, ex-assessor parlamentar de Geller na Câmara e sócio do filho do secretário, Marcello Geller, em outras empresas.

Além de Geller, o diretor de Operações e Abastecimento da Conab, Tiago José dos Santos, também enfrenta questionamentos.

O leilão foi criticado por deputados de partidos como Novo, PP e PSDB, que apontaram indícios de fraude e direcionamento em representação ao Tribunal de Contas da União (TCU).

O principal vencedor do leilão foi a empresa Wisley A. de Souza Ltda., operando sob o nome fantasia de Queijo Minas, que ganhou o direito de importar 147,3 mil toneladas de arroz e receber 736,3 milhões de reais do governo.

A empresa, juntamente com outras três vencedoras, levantou suspeitas por sua atuação no processo.

A situação coloca Geller e a Conab sob intensa escrutínio, enquanto o governo busca resolver a crise e manter a confiança pública na gestão dos recursos e na integridade dos processos administrativos.

Fonte: abroncapopular

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