Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) – A colheita de soja 2024/25 de Mato Grosso atingiu 28,58% da área cultivada no principal Estado produtor do Brasil, alta de 16,38 pontos percentuais em relação à semana anterior, com produtores avançando com as máquinas nas lavouras para tirar o atraso, de acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgados nesta sexta-feira.
Ainda assim, a colheita de soja segue mais lenta em relação ao mesmo período do ano passado (51,50% da área colhida) e na comparação com a média histórica de cinco anos para o período (39,59%), após um plantio tardio pelo tempo seco até meados de outubro.
Já o período de colheita neste ano tem sido feito com um tempo chuvoso, o que atrapalha as atividades.
O superintendente do Imea, Cleiton Gauer, afirmou à Reuters esta semana que a colheita estava em ritmo aquém do desejado, mas que produtores estavam aproveitando as janelas de tempo mais firme para realizar os trabalhos.
Considerando a área plantada em Mato Grosso, estimada em cerca de 12,5 milhões de hectares, produtores colheram o equivalente a cerca de 2 milhões de hectares em apenas uma semana, segundo números do Imea.
Ao todo, desde o início dos trabalhos, já colheram cerca de 3,6 milhões de hectares.
Na última segunda-feira, o Imea elevou a expectativa de produtividade média no Estado e agora está estimando uma safra recorde totalizando 47,16 milhões de toneladas, com crescimento de 20,76% em relação ao ciclo passado atingido pela seca.
Nos últimos dez dias, a chuva acumulada ficou acima dos 80 milímetros em Mato Grosso e Goiás, limitando o trabalho de colheita das áreas de soja, de acordo com a análise EarthDaily Agro, empresa de monitoramento agrícola com uso de dados de satélite.
Por outro lado, foi um fator determinante para a umidade do solo e o bom desempenho do índice de vegetação (NDVI), acrescentou. “Em Mato Grosso, especialmente na região Sudeste, as condições climáticas foram determinantes para o crescimento da produtividade, estimada em 65,2 sacas por hectare, o que representa aumento de 23% em comparação com o ciclo anterior”, disse Felippe Reis, analista de culturas da EarthDaily Agro.
A grande safra esperada no centro-norte do Brasil deverá garantir um recorde de produção para o país, maior produtor e exportador global de soja, apesar de um tempo seco que reduz parte do potencial produtivo no Rio Grande do Sul.
A safra de soja 2024/25 do Brasil deve atingir um recorde de 174,88 milhões de toneladas, informou a consultoria Safras & Mercado nesta sexta-feira, elevando em 0,67% sua previsão em relação ao número de janeiro.
MILHO E ALGODÃO
As chuvas, contudo, também deixaram os trabalhos de plantio da segunda safra mais atrasados em Mato Grosso.
A semeadura de algodão atingiu 79,56% da área prevista, ante 98,87% no mesmo período do ano passado e 85,36% da média histórica para o período, segundo o Imea.
Já o plantio de milho avançou para 23,46% da área projetada, contra 42,14% no mesmo período do ano passado e 36,10% da média histórica de cinco anos.
Fonte: noticiasagricolas