A Confederação Nacional da Indústria (CNI) se reuniu com representantes do corpo diplomático para apresentar um panorama sobre o cenário político e econômico brasileiro e as expectativas do setor industrial para os próximos meses. A troca de informações sobre temas como economia, comércio, integração internacional e clima aconteceu durante a 19ª edição do Briefing Diplomático, realizada nesta sexta-feira (30), na CNI, em Brasília. Entre as principais expectativas para este ano estão a aprovação da Reforma Tributária e a conclusão do Acordo Mercosul-União Europeia.
O encontro é realizado duas vezes ao ano para estreitar relações entre o setor industrial e as embaixadas de Brasília, consideradas um importante ponto de conexão com as mais diversas culturas e mercados.
Nesta edição, estiveram presentes mais de 50 representantes de países: África do Sul, Austrália, Áustria, Barbados, Bélgica, Bielorrúsia, Colômbia, Congo, Coreia do Sul, Costa do Marfim, Dinamarca, El Salvador, Equador, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, França, Honduras, Hungria, Indonésia, Irã, Israel, Jordânia, Malta, México, Moçambique, Nepal, Nova Zelândia, Países Baixos, Panamá, Paraguai, Polônia, Portugal, Quênia, Reino Unido, República Tcheca, Rússia, Singapura, Sri Lanka, Suécia, Tailândia, Turquia, União Europeia, Uruguai e Zimbábue.
A diretora de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, Lytha Spíndola, comemorou os resultados preliminares do Plano de Retomada da Indústria, construído em parceria com as 27 federações de indústria e entregue ao governo brasileiro.
“O governo acabou de lançar o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), e para nossa satisfação acolheu integralmente as propostas da CNI que constam no Plano. Das seis missões apresentadas pelo executivo, quatro são as missões destacadas no documento. Além disso, as duas missões adicionais são compatíveis com outras propostas que listamos no Plano como horizontais”, afirmou a diretora.
O desafio do Custo Brasil
A diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg, apresentou um panorama com as principais agendas da indústria nos poderes Executivo e Legislativo e enfatizou a necessidade de harmonia entre eles. Além disso, reforçou a relevância da atuação do setor junto ao governo e afirmou que o enfrentamento dos desafios internos poderá resultar em um cenário otimista.
“Existe um trabalho estreito entre a CNI e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Nosso diálogo foca questões que efetivamente impactam no Custo Brasil e que hoje impedem novos investimentos. Se as medidas avançarem como se espera, teremos perspectivas bem positivas no médio prazo, no que se refere à economia brasileira”, avaliou a diretora.
Messenberg falou à comunidade diplomática sobre as agendas prioritárias de governo e ressaltou a questão ambiental como elemento transversal de todas as políticas que vêm sendo desenhadas. Mostrou, ainda, que a política externa brasileira assumiu papel relevante na agenda presidencial, com forte posicionamento em relação à transição energética e com o destravamento do Fundo Amazônico.
Além disso, a diretora destacou as principais pautas do Congresso Nacional relacionadas à economia, como o novo marco fiscal, a Reforma Tributária e a lei orçamentária; à política industrial, como a igualdade salarial entre homens e mulheres, a modernização da Lei do Bem e a desoneração da folha de pagamento; e ao meio ambiente, como o licenciamento ambiental e a regulamentação de bioinsumos.
Reforma Tributária é prioridade para o setor
O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, apresentou ao corpo diplomático o panorama econômico atual e destacou a alta de um dos grandes indicadores que impactam o cenário, a taxa de juros. O economista afirmou, ainda, que o país cresceu pouco nas últimas décadas e tem potencial para um desenvolvimento maior – o que reforça a importância de concluir reformas estruturantes, como a tributária.
“Enxergamos a Reforma Tributária como prioritária e percebemos que os empresários estão em compasso de espera. O sistema tributário atual cria uma série de distorções nas decisões de investir, de contratar e de produzir. Essa mudança é muito importante para destravar os investimentos e trazer a economia brasileira para um ciclo de crescimento mais forte do que temos visto nos últimos anos”, explica Azevedo.
Fonte: portaldaindustria