Nesta sexta-feira (23), a ONU informou, através de um porta-voz do alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, que a situação na Cisjordânia ocupada por Israel está se deteriorando acentuadamente, e pediu que Tel Aviv redefina suas políticas e cumpra a lei internacional.
“A violência desta semana na Cisjordânia ocupada corre o risco de sair do controle, alimentada por uma retórica política estridente e uma escalada no uso de armamento militar avançado por Israel”, disse o porta-voz em Genebra.
De acordo com a Reuters, a autoridade se referiu aos ataques aéreos com helicópteros no campo de refugiados de Jenin na segunda-feira (19), chamando-os de “grande intensificação do uso de armamento mais geralmente associado à condução de hostilidades armadas, ao invés de uma situação de aplicação da lei“.
طيران الاحتلال يشن غارات جوية على #جنين.#فلسطين pic.twitter.com/wCfjugObyz
— شبكة قدس الإخبارية (@qudsn) June 19, 2023
Os helicópteros foram chamados enquanto as tropas travavam um longo tiroteio que matou sete palestinos, incluindo dois menores, relata a mídia.
“Israel deve redefinir urgentemente suas políticas e ações na Cisjordânia de acordo com os padrões internacionais de direitos humanos, incluindo a proteção e o respeito ao direito à vida […]. Esses últimos assassinatos e a violência junto com a retórica inflamada servem apenas para levar israelenses e palestinos ainda mais fundo no abismo”, disse Turk.
Ao mesmo tempo, o ex-secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon – que recentemente esteve na região –, disse que Israel está se aproximando do apartheid e se afastando cada vez mais das esperanças de criar um Estado palestino, segundo o The Times of Israel.
“Acho que a situação piorou. Só estou pensando que, como muitas pessoas estão dizendo, isso pode constituir apartheid”, disse Ban acrescentando que a solução de dois Estados para o conflito Israel-Palestina está “desaparecendo”.
Até agora neste ano, o escritório de direitos humanos da ONU registrou assassinatos de 126 palestinos na Cisjordânia ocupada. Esse número segue o de 155 palestinos mortos no ano passado.
Desde janeiro deste ano, 24 israelenses e um estrangeiro foram mortos em ataques de palestinos, dizem as autoridades israelenses.
Fonte: sputniknewsbrasil