Monza é sinônimo de velocidade. Localizado dentro do maior parque murado da Europa, o Autódromo Nacional de Monza é um dos circuitos mais emblemáticos da Fórmula 1 e, em 2025, recebe pela 75ª vez o Grande Prêmio da Itália, mais do que qualquer outro traçado na história da categoria. Conhecido como o “Templo da Velocidade”, o circuito é o palco onde carros e pilotos atingem velocidades extremas e onde a tradição se mistura à modernidade.
Detalhes técnicos da pista
O traçado atual possui 5,793 km de extensão e 11 curvas, com os pilotos mantendo o acelerador totalmente acionado em cerca de 80% da volta — um índice incomparável no calendário da F1. Isso só é possível porque Monza exige o menor nível de downforce aerodinâmico da temporada, o que reduz o arrasto e maximiza a velocidade final.
Nessas condições, a estabilidade nas frenagens e a tração nas saídas de curva são fundamentais. As chicanes, como a Prima Variante e a Variante Ascari, colocam pilotos e carros à prova em frenagens bruscas, enquanto curvas de alta velocidade, como a Biassono e a lendária Parabólica — rebatizada em homenagem a Michele Alboreto —, exigem máxima precisão e coragem.
A primeira chicane, em especial, é um desafio à parte. Dados da Brembo, fabricante de freios da F1, mostram que os carros chegam a cerca de 337 km/h e reduzem para 89 km/h em poucos metros, sofrendo uma desaceleração próxima a 5g. É uma das frenagens mais severas de todo o calendário e muitas vezes define o destino das disputas na prova.
Estratégias de corrida e pneus
Monza é uma pista em que a eficiência aerodinâmica e o controle da degradação dos pneus determinam as estratégias. Em 2025, a Pirelli leva os compostos mais macios da gama tradicional: C3 (duro), C4 (médio) e C5 (macio). Como a pista foi recapeada em 2024 e agora está mais consolidada, o nível de granulação deve ser menor, o que favorece estratégias de uma única parada.
Ainda assim, o clima pode embaralhar os planos. Setembro na Lombardia costuma trazer temperaturas elevadas, o que pode acelerar a degradação dos pneus e abrir espaço para duas paradas. O tempo perdido nos boxes é um dos mais altos da temporada, o que reforça a tendência de alongar os stints e reduzir ao máximo o número de pit stops.
No ano passado, a corrida já mostrou essa dualidade: enquanto Charles Leclerc venceu com uma única parada, pilotos como Lando Norris e Oscar Piastri precisaram de duas paradas para manter ritmo competitivo. Ultrapassar também não é tarefa simples, já que a baixa carga aerodinâmica diminui a eficácia do DRS.
História e estatísticas
Monza é o palco de momentos inesquecíveis da Fórmula 1. É lá que está registrado o recorde de maior velocidade média de corrida, estabelecido por Michael Schumacher em 2003 com a Ferrari (247,586 km/h), e também a volta mais rápida de classificação, de Lewis Hamilton em 2020 (264,362 km/h).
Na lista de vencedores, Schumacher e Hamilton dividem o posto de pilotos mais bem-sucedidos, com cinco vitórias cada. A Ferrari é a grande dona da casa, com 20 triunfos, 23 poles e 72 pódios — marcas que fazem da Scuderia a equipe mais vitoriosa em Monza.
O circuito também foi palco de surpresas históricas, como a primeira vitória de Sebastian Vettel em 2008 com a Toro Rosso, e o triunfo inesperado de Pierre Gasly em 2020 com a AlphaTauri. Mais do que vitórias, Monza já decidiu 11 títulos mundiais, consolidando sua importância no calendário da F1.
Um templo eterno
Em 2025, Monza se renova mais uma vez. Após o recapeamento de 2024, o circuito concentrou esforços em melhorias para os fãs: foram adicionados quatro mil lugares extras nas áreas gerais, além da ampliação da área dos paddocks. Mas, no coração da pista, a essência continua a mesma: longas retas, curvas icônicas e a promessa de velocidade máxima.
Monza não é apenas um circuito. É uma experiência que combina tradição, emoção e técnica, mantendo viva a essência da Fórmula 1. No “Templo da Velocidade”, a história continua sendo escrita a cada volta, e este fim de semana promete acrescentar mais um capítulo memorável a esse legado.
Fonte: f1mania