Cientistas avançam em produção de antídoto universal para veneno mortal das serpentes


O estudo, publicado na revista Science na última semana, destaca que a cada ano, cerca de 2 milhões de pessoas de todos os continentes, exceto a Antártica, sofrem devido a esses répteis e mais de 100 mil morrem, principalmente na África, Ásia e América Latina. Cerca de 400 das 3.500 espécies são perigosas para os seres humanos.
A descoberta é fruto de parceria entre cientistas dos Estados Unidos, Índia e Reino Unido que analisaram os dados da proteína identificada em diferentes espécies de cobras conhecida como toxinas de três dedos (3FTx), responsáveis por sintomas graves depois de uma picada, como a paralisia do corpo.
A nova pesquisa utilizou formas das toxinas produzidas em laboratório para examinar bilhões de diferentes anticorpos humanos e identificar um que pode bloquear a atividade das toxinas. Foram realizados testes em ratos com sucesso, contra vários venenos, incluindo os de mambas negras e cobras-reais:

“Este anticorpo funciona contra uma das principais toxinas encontradas em numerosas espécies de cobras, que contribuem para dezenas de milhares de mortes todos os anos. Pode ser valioso para pessoas em países de baixa e média renda que têm o maior ônus de mortes e lesões por picadas de cobra”, cita a pesquisa.

Extração de veneno de cobra no Instituto Butantan, em São Paulo, Brasil - Sputnik Brasil, 1920, 11.12.2019

Depois de analisar 30 anticorpos diferentes, os cientistas identificaram um em particular que se mostrou altamente eficaz contra essas toxinas: o anticorpo chamado 95Mat5.
Os cientistas afirmam que agora é falta encontrar anticorpos contra outros componentes importantes dos venenos, pois este não é eficaz contra o veneno de víboras, um dos grupos de serpentes mais letais do mundo. A combinação do 95Mat5 com anticorpos de neutralização ampla contra outra toxina de lapídeas, assim como duas toxinas de víboras, poderia fornecer a ampla cobertura esperada:

“Acreditamos que um coquetel desses quatro anticorpos poderia potencialmente funcionar como um antídoto universal contra qualquer cobra clinicamente relevante no mundo”.

Fonte: sputniknewsbrasil

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