“Todos esses gases já existiam no planeta. Isso faz parte, só que o homem intensificou isso. E acaba a gente tendo um resultado em longo prazo.”
“Quando eu tenho um morro desflorestado, sem floresta, o que acontece? A água da chuva vai bater nesse morro, vai absorver pouca água e vai descer como enxurrada morro abaixo. Então vamos supor que no morro choveu 50 milímetros. […] parte dessa água vai ficar e outra vai seguir. Vamos supor que choveu 50 milímetros e desceu 10 milhões de litros da água morro abaixo. Se tivesse floresta, de repente desceria a metade. E nas matas ciliares também, para justamente evitar o assoreamento do rio e até mesmo diminuir a velocidade do rio, porque a correnteza vai passar pela floresta, pelas árvores e vai ter uma redução de velocidade.”
Indução de chuvas poderia ser a solução?
“Lá nos anos 60, os Estados Unidos queriam usar essas técnicas de desfazer as gotículas na formação de furacões, e os países da América Central, do México e de outros países não concordaram porque não havia nenhuma demonstração de que se você fizesse isso e mudasse a força do furacão, você não seria um furacão tão forte, se você não mudaria a trajetória, e em vez de ir para os Estados Unidos iria mais para oeste, atingiria a América Central. Então isso nunca foi para frente.”
Como amenizar os impactos de eventos similares ao do Rio Grande do Sul?
“É necessário que haja um preparo da população, das escolas, da sociedade. O Japão tem um sistema de treinamento para a sociedade como um todo. Por exemplo, lá em Tóquio, que treina as pessoas para agir em situação de terremoto, de tsunami, de furacão, de tornados, de eventos geofísicos, que normalmente causam muitas, mas muitas vítimas. E lá, por exemplo, nesse último tsunami de 2011, o número de vítimas foi muito alto, mas poderia ser muito mais alto se não houvesse uma ação do governo para mitigar esse evento.”
“Isso significa que o governo e a Defesa Civil devem se preparar para esse novo episódio”, alerta o professor.
“Um dos melhores países do mundo, o Japão, capacita as crianças desde o ensino fundamental para todo tipo de eventos, principalmente terremotos. O Brasil felizmente não tem terremotos e vulcões, mas é possível sim capacitar as populações, e aí ter os sistemas de sirenes e alerta muito aperfeiçoados em todas as áreas de risco e locais para as populações se deslocarem quando tem essas chuvas excessivas.”
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Fonte: sputniknewsbrasil