Em abril deste ano, Autoesporte contou pela primeira vez sobre os planos da chinesa xPeng no Brasil. A marca chinesa, fundada por meio de uma aliança entre ex-executivos de outras grandes companhias do país, como GAC, Alibaba e Xiaomi, é especializada em veículos elétricos de maior valor agregado e outras soluções de tecnologia, como eVTOLs – os chamados carros voadores – e, mais recentemente, robôs humanoides controlados por Inteligência Artificial.
Tudo isso estava exposto no estande da marca no Salão de Munique 2025 (IAA), um dos maiores e mais badalados da mostra entre jornalistas. Fizemos uma visita ao local e conversamos rapidamente com Brian Gu, vice-presidente da xPeng. O executivo reforçou que há planos da marca para ingressar no Brasil, embora ainda sem data. Mas com uma novidade: a estratégia pode contemplar mais do que apenas veículos.
Questionado especificamente sobre a chance de vender robôs humanoides em nosso mercado, o vice-presidente respondeu com um enfático e simpático “sim, certamente”. Mas, como da outra vez, Brian Gu reiterou que ainda não há uma decisão concreta a respeito de a xPeng ingressar ou não em nosso país.
Em Munique, a chinesa apresentou dois produtos. O primeiro é a segunda geração do sedã elétrico P7, que mede 5,02 metros de comprimento, 1,97 m de largura e 1,43 m de altura, sendo 3,01 m de entre-eixos e um coeficiente aerodinâmico de apenas 0,201. Com isso, promete até 820 km de autonomia no ciclo chinês WLTC.
Construído sobre uma arquitetura de 800 Volts, o xPeng P7 traz baterias de 74,9 kWh de ferro-lítio-fosfato (LFP) em versões mais básicas, sendo 92,2 kWh de níquel-manganês-cobalto (NMC). A motorização pode ser apenas traseira, de 368 cv; ou também com um motor elétrico dianteiro, formando tração integral e entregando 593 cv de potência e 70,9 kgfm de torque combinados.
O 0 a 100 km/h ocorre em 3,7 segundos e a recarga ultrarrápida permite recuperar 525 km de alcance em apenas 10 minutos.
Outro detalhe importante sobre o novo xPeng P7 é que o elétrico vem equipado com três chips de Inteligência Artificial da Turing AI. Um deles, em conjunto com um processador Qualcomm Snapdragom SA8295p, controla o assistente de IA da cabine, chamado VLM (Cabine Muito Inteligente, na tradução livre da sigla em inglês). Com esses recursos, a empresa espera alcançar o nível quatro, o segundo mais avançado em condução autônoma, já em 2026.
Por falar em IA, o item que mais chamou a atenção no estande da xPeng em Munique não foi um carro, mas sim o robô humanóide Iron. O produto, segundo a fabricante, já é usado para auxiliar processos nas linhas de montagem da empresa. Com 1,73 m de altura e 70 kg, o Iron tem 60 articulações, pode se mover em mais de 200 direções diferentes e tem potência de processamento equivalente a 3 mil trilhões de operações por segundo.
O Iron está previsto para entrar em produção de série a partir de 2026. A xPeng planeja investir até US$ 13,8 bilhões (cerca de R$ 75 bilhões) no mercado de robôs humanoides nas próximas duas décadas.
Outro produto que Brian Gu não descarta no Brasil são os carros voadores. No IAA 2025, a chinesa está exibindo um eVTOL que a própria xPeng chama de “Veículo Modular Voador” (Land Aircraft Carrier). Este fará seu voo inaugural em Dubai, nos Emirados Árabes, no próximo mês, e também está previsto para chegar ao mercado mundial no ano que vem.
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Fonte: direitonews
