Chinesa Neta tem logo removido de sede e faz crescer rumor de falência


Que a Neta Auto enfrenta uma crise sem precedentes, já sabemos. Autoesporte noticia o mau momento da empresa chinesa desde o final de 2024, mas, recentemente, o drama ganhou mais um capítulo. Na última semana, um internauta compartilhou nas redes sociais fotos que mostram a logo da marca sendo completamente removida de sua sede, em Xangai (China).

O ocorrido aumenta rumores sobre a saída iminente do fundador e CEO da Neta, Fang Yunzhou. Apesar disso, segundo o CarNewsChina, a fabricante confirmou que a remoção se deu devido ao término do contrato de locação do imóvel em abril deste ano e que, por esse motivo, a empresa se prepara para uma mudança de endereço — embora a localização ainda não tenha sido divulgada.

A medida ocorre em um momento em que a empresa chinesa acumula dívidas bilionárias, sofre queda de 98% das vendas, paralisou a produção de suas fábricas e promoveu uma demissão massiva de funcionários.

Vale lembrar que, em 2024, as vendas globais da Neta despencaram para 64.549 unidades, uma queda de quase 60% em relação às 152 mil unidades vendidas em 2022. Partindo de um cenário mais atual, o tombo foi ainda mais severo.

Além disso, desde novembro do ano passado, a produção em sua principal fábricam, na cidade chinesa de Yichun, está completamente paralisada. Importante mencionar que, em seu melhor momento, em meados de 2022, a Neta emplacou 18 mil unidades mensais.

Com vendas em colapso e sem dinheiro, a empresa enfrenta um processo de falência aberto em seu país natal.

Ainda de acordo com o site CarNewsChina, documentos judiciais revelam que a Hozon Auto — controladora da Neta — está enfrentando um processo de revisão de falência nos tribunais chineses. O pedido foi realizado pela agência de publicidade Yuxing, com a qual a Neta acumula dívidas de US$ 730 mil (cerca de R$ 4,1 milhões) por serviços publicitários prestados em 2022 e 2023.

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Além do cortes de gastos e redução salarial de até 75% para os colaboradores que permanecerem na empresa, acionistas, fornecedores e até concessionários também demonstram descontentamento com a marca devido a dívidas. Para piorar, também está envolvida em mais de 400 disputas judiciais e cerca de 90 processos de execução.

No Brasil, a situação não é diferente. Se no mercado chinês as vendas despencaram 98% em janeiro em comparação com o mesmo período do ano anterior, desde sua chegada no país, a Neta emplacou apenas 46 veículos com o lançamento dos modelos Aya e X.

Além disso, concessionários que planejavam inaugurar lojas da marca em território brasileiro, recuaram a ideia antes mesmo da abertura. Ainda, fontes ouvidas pela Autoesporte disseram que, diante do atual quadro da empresa, não veem luz no fim do túnel.

À época da inauguração da primeira loja brasileira, em janeiro deste ano, executivos da montadora garantiram que a empresa já havia superado suas dificuldades na China e que os planos de produção no Brasil seguiam inalterados.

Quando consultada em março por Autoesporte, a operação brasileira da Neta afirmou que, apesar da crise na China, “os planos para o mercado brasileiro seguem inalterados”. Apesar disso, atualmente, o site da Neta encontra-se “em manutenção”, enquanto todas as redes sociais da marca, em plataformas como LinkedIn e Instagram, foram desativadas.

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Fonte: direitonews

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