Anunciada pela primeira vez em fevereiro, a parceria firmada entre a chinesa Geely e a Renault do Brasil acaba de ganhar um novo capítulo. Em comunicado, a fabricante oriental confirma que adquiriu participação de 26,4% nas operações brasileiras da marca francesa e, com isso, passa a ter acesso à fábrica de São José dos Pinhais (PR). Sendo assim, a Geely poderá produzir seus próprios veículos ao lado de modelos Renault em solo nacional.
Com o investimento chinês, a Renault do Brasil espera aumentar a produção e melhorar os índices de competitividade da unidade paranaense, que hoje é responsável pela fabricação dos modelos Kwid, Kardian, Duster, Oroch, Boreal e Master. Atualmente, o complexo tem capacidade para produzir 380 mil veículos por ano, somando veículos de passeio e modelos comerciais.
Outro destaque do acordo é o acesso da Renault à arquitetura GEA da Geely, permitindo ampliar sua gama com veículos eletrificados para o mercado brasileiro. A matriz é do tipo modular e pode ser usada tanto por veículos elétricos quanto híbridos, sendo preparada para adotar tecnologias de inteligência artificial e sistemas de direção inteligentes. No Brasil, já base já está presente no SUV EX5.
A parceria de Renault e Geely não é algo inédito. Franceses e chineses já são sócios na joint-venture de motores Horse, responsável por produzir, entre outros, os motores que equipam a linha Renault no Brasil, incluindo os novos 1.0 e 1.3 turbo presentes em Kardian e Duster, respectivamente.
Ambas também desfrutam de uma joint venture na Coreia do Sul, na qual a Geely possui 34% das ações da Renault. Este segundo acordo gerou, entre outros produtos, o Grand Koleos, SUV híbrido plug-in que compartilha a plataforma CMA com o Volvo XC40 e será vendido no Brasil, conforme revelado em primeira mão por Autoesporte.
A expectativa é que a receita aplicada no mercado sul-coreana seja replicado no Brasil. Com a acesso ao complexo fabril da Renault no Paraná, a Geely pretende produzir pelo menos dois veículos no Brasil já a partir de 2026 ou, mais tardar, 2027. Com isso, encurtará o processo de corrida contra as rivais BYD e GWM, que já operam com fábricas próprias no país.
A distribuição de veículos de Geely também ficará a cargo da marca francesa, mas os pontos de venda terão separação física, como acontece, por exemplo, com as marcas da Stellantis que compartilham parte da rede.
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Fonte: direitonews






