A cidade de Xangai, na China, começou a administrar nesta quarta-feira (26/10) a primeira vacina oral inalável contra a Covid-19. O produto desenvolvido pela biofarmacêutica CanSino Biologics é semelhante a uma fumaça e deve ser aspirado pela boca.
O fármaco sem agulha recebeu a aprovação dos reguladores chineses em setembro deste ano, com uso limitado a reforço. Estudos clínicos mostraram que ele desencadeou uma resposta do sistema imunológico em pessoas que haviam recebido anteriormente duas doses de uma vacina chinesa diferente.
Os cientistas esperam que a opção se torne popular especialmente entre as pessoas que têm medo de injeções e se torne uma opção mais acessível para países com sistemas de saúde frágeis, sem estrutura para a administração das vacinas convencionais.
Modo de uso
Um vídeo publicado pela mídia estatal chinesa mostra uma porção de pessoas recebendo gratuitamente a dose em um centro de saúde comunitário local. O fármaco é distribuído em um copo branco com um bico vedado.
Eles são orientados a abrir o bico próximo à boca, inalar lentamente a névoa que se dissipa e depois prender a respiração por cinco segundos. Todo o procedimento é concluído em aproximadamente 20 segundos.
“Foi como beber uma xícara de chá com leite. Quando eu respirei, tinha um gosto um pouco doce”, disse uma das pessoas.
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Diante do cenário de pandemia e da ampliação da dose de reforço, algumas pessoas ainda se perguntam qual é a importância da terceira dose da vacina contra a Covid-19Istock
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A dose de reforço deve ser administrada com um intervalo mínimo de quatro meses após o indivíduo completar o esquema vacinal inicial. A aplicação extra serve para aumentar a quantidade de células de memória e fortalecer, ainda mais, os anticorpos que elas produzemRafaela Felicciano/Metrópoles
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Especialistas destacam que uma das principais medidas proporcionadas pela dose de reforço consiste na ampliação da resposta imune. A terceira dose ocasiona o aumento da quantidade de anticorpos circulantes no organismo, o que reduz a chance de a pessoa imunizada ficar doenteTomaz Silva/Agência Brasil
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Aos idosos e aos imunossuprimidos, a dose de reforço amplia a efetividade da imunização, uma vez que esses grupos não desenvolvem resposta imunológica adequadaHugo Barreto/Metrópoles
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Outra medida importante é a redução da chance de infecção em caso de novas variantes. O anticorpo promovido pela vacina é direcionado para a cepa que deu origem à fórmula e, nesse processo, as pessoas também produzem anticorpos que possuem diversidade. Quanto maior o alcance das proteínas que defendem o organismo, maior é a probabilidade que alguns se liguem à variante novaWestend61/GettyImages
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O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e membro do Comitê Técnico Assessor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Renato Kfouri afirma que o esquema de mistura de vacinas de laboratórios diferentes é uma Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Um estudo conduzido pela University Hospital Southampton NHS Foundation Trust, no Reino Unido, mostrou que pessoas que receberam duas doses da AstraZeneca tiveram um aumento de 30 vezes nos níveis de anticorpos após reforço da vacina da Moderna, e aumento de 25 vezes com o reforço da PfizerArthur Menescal/Especial Metrópoles
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As reações à dose de reforço são semelhantes às duas doses anteriores. É esperado que ocorram sintomas leves a moderados, como cansaço excessivo e dor no local da injeção. Porém, há também relatos de sintomas que incluem vermelhidão ou inchaço local, dor de cabeça, dor muscular, calafrios, febre ou náuseaRafaela Felicciano/Metrópoles
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Vale ressaltar que o uso de três doses tem o principal objetivo de diminuir a quantidade de casos graves e o número de hospitalizações por Covid-19Vinícius Schmidt/Metrópoles
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De acordo com os cientistas, a opção inalável pode afastar o vírus antes que ele atinja o resto do sistema respiratório, mas a resposta depende em parte do tamanho das gotículas respiratórias, disse um especialista à agência de notícias Associated Press (AP).
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