A China avalia permitir que suas refinarias de petróleo aumentem as exportações de combustível para ajudar a reavivar a economia, mais uma reversão do foco na redução de emissões de carbono.
Refinarias e tradings solicitaram mais 15 milhões de toneladas em quotas de exportação de gasolina, diesel e outros derivados, segundo pessoas a par do assunto. Se aprovadas, isso aumentaria as alocações até agora este ano para um nível semelhante ao total de 2021.
Pequim mantém um controle estrito sobre os volumes de exportação das refinarias estatais e privadas. Recentemente, o governo restringiu os embarques para reduzir a poluição e ajudar a consolidar o setor, com volume de quotas até agora em 2022 cerca de 40% menor do que no ano passado.
O desejo da China de impulsionar a atividade econômica deve estar por trás do possível aumento de quotas, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas.
A política Covid Zero e a crise imobiliária pesaram sobre a maior economia da Ásia este ano, com vários grandes bancos prevendo que o crescimento será menor que 3%.
O ministério do comércio chinês não respondeu imediatamente a um pedido de comentários.
Um lote de 1,5 milhão de toneladas deve ser concedido às refinarias chinesas no final desta semana. Se aprovados, os 15 milhões de toneladas adicionais elevariam o total deste ano para 39 milhões, ante cerca de 38,6 milhões em todo o ano passado.
O aumento das exportações de combustíveis e o uso mais eficiente da capacidade de refino são formas de apoiar a recuperação econômica, disse Fu Xiangsheng, funcionário da Federação Chinesa da Indústria Petroleira e Química, em uma conferência do setor no mês passado.
As refinarias estatais do país operaram a 75,3% da capacidade na semana até 10 de setembro, de acordo com a CITIC Futures, um nível muito mais baixo do que nos EUA.
Mais exportações de combustível da China, maior importador de petróleo do mundo, dariam um impulso à demanda e preços globais da commodity. As quotas extras poderiam desencadear algumas compras de petróleo no mercado spot pelas refinarias chinesas, segundo operadores.
*Com informações de Bloomberg