China ameaça aumentar imposto de importação para carros europeus


O embate contra as fabricantes chinesas acontece em todo o mundo. Se no Brasil a indústria defende a retomada do imposto de importação de modelos elétricos, o governo chinês estuda elevar a tarifa para veículos a gasolina feitos na Europa.

A medida do Ministério do Comércio é uma resposta ao projeto que será votado pela União Europeia em outubro. Os países que formam o bloco querem elevar a 36,3 % o imposto de importação de modelos elétricos feitos na China — que atualmente é de 10%.

Em retaliação, representantes de marcas ocidentais foram comunicados pelo governo chinês da possibilidade de um novo imposto sobre carros produzidos na Europa, válido para modelos movidos a gasolina e diesel, com motores 2.5 ou superiores.

Fabricantes alemãs seriam as mais afetadas. Marcas como BMW, Mercedes, Audi e Porsche movimentaram mais de US$ 1,6 bilhão com a venda de carros com motores a partir de tal cilindrada em 2023, informa a Reuters.

Ainda segundo a agência, o governo chinês ainda tenta convencer membros da União Europeia a votarem contra a medida que eleva a alíquota para os elétricos do país vendidos no continente. O bloco é formado por 27 países — e são necessários 15 votos para que o novo imposto seja aprovado.

Uma votação de caráter consultivo sobre o aumento foi organizada pela União Europeia em julho. Alemanha, Suécia e Finlândia abstiveram-se, informou a Reuters. Já países como Itália, França e Espanha votaram contra.

A China ainda não impôs novas taxas a carros produzidos nos Estados Unidos, por mais que o governo Biden tenha quadruplicado o imposto de importação de automóveis — de 25% para 100%. O objetivo é impedir o avanço de marcas oriundas do país asiático.

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Este aumento afetou principalmente as fabricantes chinesas em operação nos Estados Unidos: Volvo (que pertence ao grupo Geely) e Buick. Entretanto, diversos componentes eletrônicos usados em modelos produzidos no país são oriundos da China. Estes também sofreram elevação.

O aumento na tarifa foi retaliado pelo governo chinês, que acusou os Estados Unidos de “protecionismo comercial injusto”. O presidente Joe Biden afirmou que a iniciativa é proporcional à capacidade produtiva da indústria chinesa, que emplacou mais de 30 milhões de carros em 2023.

Este é um dos motivos das marcas chinesas se afastarem dos Estados Unidos e buscarem expandir suas operações a mercados da América Latina, como México e até o Brasil.

Marcas ligadas à Anfavea, a associação que representa as fabricantes, pedem a retomada imediata do imposto de importação de 35% para veículos elétricos e híbridos. O reajuste total está previsto apenas para julho de 2026, mas a indústria pressiona o governo para frear o avanço de chinesas.

Atualmente, o imposto é de 25% para carros híbridos, 20% para híbridos plug-in e 18% para elétricos. Em julho de 2025, o valor será reajustado a 30% para híbridos, 28% a híbridos plug-in e 25% para elétricos. Por fim, o último reajuste acontecerá em julho de 2026, com a cobrança de 35%, independentemente do nível de eletrificação.

A queda de braço ainda não teve uma definição. A Anfavea diz que defende o desenvolvimento da indústria local. Já as marcas chinesas, representadas principalmente pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), dizem que a retomada imediata do imposto seria “uma lamentável quebra de regras”. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic) ainda não se pronunciou.

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Fonte: direitonews

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