Chevrolet Tracker: preços na Tabela Fipe e pontos fortes do SUV compacto


O mercado brasileiro de SUVs compactos ganhou força com a chegada da segunda geração do Ford EcoSport, em 2012. No ano seguinte, a Chevrolet apresentou sua resposta: o Tracker de segunda geração – a primeira geração era o Suzuki Vitara redesenhado com a gravata da fabricante. Importado do México, o modelo se posicionava como alternativa mais refinada e urbana, com visual robusto, posição de dirigir elevada e a conhecida mecânica do motor 1.8 flex da marca.

Ao longo dos anos também teve uma nova opção de motorização: o eficiente 1.4 turbo compartilhado com o Cruze. Mesmo fora de linha desde 2020, quando foi substituído por uma nova geração nacional, o Tracker dessa fase ainda é uma opção interessante no mercado de usados.

Neste guia, reunimos os principais pontos positivos e negativos, versões, características técnicas e o que observar antes de fechar negócio.

O Chevrolet Tracker foi oferecido com duas motorizações ao longo de sua geração entre 2013 e 2019. A mais antiga é o motor 1.8 Ecotec flex aspirado, com bloco e cabeçote em alumínio, comando variável de válvulas (VVT) e coletor de admissão variável. Ele entrega até 144 cv a 6.300 rpm e 18,9 kgfm de torque a 3.800 rpm com etanol. O desempenho é modesto frente ao peso de 1.379 kg (versão LTZ FWD), com aceleração de 0 a 100 km/h na casa dos 11 segundos.

O consumo oficial, segundo o Inmetro, é de até 10,6 km/l na cidade e 12,2 km/l na estrada, com gasolina, mas sempre foi um ponto de insatisfação dos consumidores que registravam consumos bem maiores no uso prático.

O câmbio automático de seis marchas era o mais comum, embora tenha sido vendido também com câmbio manual de 5 marchas na versão Freeride, que teve vida curta no lançamento da linha. Apesar de ser oferecido com tração integral na Argentina e na Colômbia, no Brasil o Tracker sempre teve tração dianteira.

A partir de 2017, com o facelift, passou a ser oferecido o 1.4 Ecotec turbo flex, o mesmo utilizado no Cruze. Esse motor possui injeção direta de combustível, turbocompressor com intercooler e comando variável, gerando 153 cv a 5.200 rpm e 24,5 kgfm de torque a 2.000 rpm com etanol.

Além de melhor desempenho — com 0 a 100 km/h em cerca de 9 segundos —, o turbo entrega consumo mais eficiente: 11,4 km/l na cidade e 13,5 km/l na estrada com gasolina, segundo dados do Inmetro. O câmbio é sempre automático de seis marchas com conversor de torque.

O Chevrolet Tracker da geração 2013 a 2020 é um SUV compacto com foco no uso urbano, baseado na plataforma global Gamma II — a mesma de modelos como Sonic e Cobalt. Com 4,25 metros de comprimento, 1,77 m de largura, 1,64 m de altura e 2,55 m de entre-eixos, o modelo acomoda bem quatro adultos e oferece uma posição de dirigir elevada, um de seus principais atrativos.

O porta-malas tem capacidade para 306 litros, volume apenas mediano para o segmento, mas suficiente para o uso diário ou viagens curtas.

O design da carroceria se manteve atual ao longo dos anos, ganhando em 2017 um facelift com frente redesenhada, faróis mais afilados e grade dupla cromada. Por dentro, o acabamento é simples, com plásticos rígidos, mas bem montado. O Tracker também se destaca pela boa visibilidade e comandos intuitivos.

A suspensão dianteira é independente do tipo McPherson, enquanto a traseira adota eixo de torção. O conjunto tem acerto mais firme, que favorece a estabilidade em curvas, embora sacrifique um pouco do conforto em pisos irregulares. A direção elétrica tem peso adequado e facilita manobras. A altura livre do solo, de 16,8 cm, permite encarar valetas e lombadas com segurança, ainda que o modelo não tenha apelo aventureiro.

+ Quer receber as principais notícias do setor automotivo pelo seu WhatsApp? Clique aqui e participe do Canal da Autoesporte

No lançamento do Chevrolet Tracker no Brasil, em outubro de 2013, a única versão disponível era a LTZ, posicionada como topo de linha e com proposta urbana e bem equipada. Ela trazia de série rodas de liga leve aro 18, faróis de neblina com moldura cromada, seis airbags (frontais, laterais e de cortina), ar-condicionado, direção elétrica, vidros e retrovisores com comandos elétricos, computador de bordo, sistema de som com conectividade Bluetooth e entrada USB, além de controle de cruzeiro, chave tipo canivete com alarme e bancos com ajuste de altura para o motorista.

A central multimídia MyLink com tela sensível ao toque de 7 polegadas e câmera de ré passou a integrar a linha pouco tempo depois, consolidando a LTZ como a escolha mais completa dentro da gama. O visual também era reforçado por detalhes cromados e barras longitudinais no teto. Os principais itens opcionais eram os airbags de cortina e o teto solar.

Logo após a chegada da LTZ, a Chevrolet adicionou à linha a versão LT, com rodas menores (aro 16), apenas dois airbags, sem faróis de neblina nem acabamento cromado. Também perdia os recursos de mídia mais sofisticados, como a central MyLink e a câmera de ré, mantendo um sistema de som mais simples com CD/MP3 e conectividade básica.

No ano de estreia, 2013, a linha também contou com uma série especial chamada Freeride, baseada na LT que ainda seria lançada, com visual exclusivo e preço mais acessível para atrair os primeiros compradores do modelo. Ela trazia rodas de liga leve pintadas de grafite, emblemas específicos e acabamento simplificado, mantendo o motor 1.8 flex e o câmbio manual de 5 marchas. Por ser limitada no tempo que foi vendida, é uma versão rara no mercado de usados.

A grande falha da fase pré-facelift foi a ausência de controles de tração e estabilidade, mesmo como opcionais. Mas isso foi corrigido na linha 2017, que marcou a primeira grande reestilização do Chevrolet Tracker, com atualizações visuais importantes, mais tecnologia e um novo patamar de segurança. Desde as versões de entrada, o modelo passou a oferecer controle de tração e estabilidade e assistente de partida em rampa — equipamentos de série inéditos até então.

Com a reestilização, a versão LT permaneceu como a opção mais simples da linha, mas passou a vir mais completa. Ela trazia rodas de liga leve aro 16, ar-condicionado manual, direção elétrica, vidros e retrovisores com comandos elétricos, controle de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas e central multimídia MyLink com espelhamento via Android Auto e Apple CarPlay. Os airbags frontais eram mantidos, mas os de cortina eram exclusivos da versão superior.

A LTZ, agora posicionada como intermediária, incorporava todos os itens da LT e adicionava rodas aro 18, bancos com revestimento parcial em couro, airbags laterais e de cortina, câmera de ré e sensores de estacionamento dianteiros e traseiros. Visualmente, mantinha os detalhes cromados e barras de teto, além de oferecer o motor 1.4 turbo como padrão.

A partir de 2018, a versão Premier passou a ocupar o topo da linha. Acima da LTZ como a mais equipada, ela era oferecida apenas com o motor 1.4 turbo e trazia um pacote completo: seis airbags, sensor de ponto cego, chave presencial com partida por botão, acendimento automático dos faróis, sensores de chuva e crepuscular, revestimento interno em couro e retrovisor interno eletrocrômico.

As rodas aro 18 tinham desenho exclusivo e havia detalhes cromados extras na carroceria. A central multimídia seguia com tela de 7 polegadas e espelhamento de smartphones, mas sem navegador nativo.

Já a versão Midnight, lançada como série especial, buscava atrair um público mais jovem com visual monocromático e acabamento escurecido. Baseada na versão LT com motor 1.4 turbo, ela trazia rodas aro 18 pintadas de preto brilhante, grade frontal escurecida com o logotipo Chevrolet em preto, e interior com forrações também em tons escuros, sem cromados. Os equipamentos seguiam o pacote da LT, mas com visual exclusivo, tornando-se uma opção intermediária com apelo estético diferenciado.

O Tracker é robusto, mas há pontos que merecem atenção. O consumo elevado do motor 1.8 principalmente com etanol e no uso urbano, deve ser levado em conta. Algumas unidades podem ter barulhos internos, de painéis e plásticos podem apresentar ruídos com o tempo.

Trancos no câmbio que, embora resistente, pode apresentar hesitação ou engates bruscos, muitas vezes resolvidos com reprogramação. Por último, atenção com o desgaste de suspensão, principalmente bieletas, buchas e batentes da suspensão dianteira são peças que sofrem com buracos e exigem manutenção periódica.

O Tracker dessa geração agrada quem busca um SUV compacto confiável, com manutenção simples e posição de dirigir elevada. O espaço interno não é dos maiores, e o porta-malas comporta apenas 306 litros, mas a praticidade no dia a dia compensa. Versões pós-2017 são mais desejáveis, por conta do visual atualizado e dos recursos de conectividade. Já as configurações com tração integral atendem bem quem precisa de mais segurança em pisos escorregadios, embora consumam mais.

Linha 2014:

Linha 2015:

Linha 2016:

Linha 2017:

Linha 2018:

Linha 2019:

Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.

Fonte: direitonews

Anteriores Hyundai vai lançar picape média inédita e base pode ser da Chevrolet S10
Próxima Fraudes no INSS: PF rastreia R$ 100 milhões e aponta lavagem em seis empresas ligadas à Conafer