Chevrolet Tracker: os problemas e defeitos mais comuns do SUV compacto


A história do Chevrolet Tracker no Brasil teve início no começo dos anos 2000, quando o SUV era basicamente uma versão rebatizada do polivalente Suzuki Vitara, que vinha da Argentina com motorizações a gasolina ou a diesel e tração 4×4.

A segunda geração, por sua vez, chegou em 2013 importada do México. Baseado na plataforma do Cruze, o Tracker era movido pelo mesmo motor 1.8 flex aspirado do sedã médio. O SUV entrou na era dos propulsores turbo em 2017, ano em que passou a ser equipado com o elogiado 1.4 turbo flex de 153 cv.

A terceira e atual geração do Chevrolet Tracker foi desenvolvida a partir da arquitetura GEM que também deu origem ao Onix, permitindo o compartilhamento de componentes estruturais e mecânicos, incluindo a motorização 1.0 turbo flex e diversos equipamentos.

O SUV mede 4,27 metros de comprimento, 1,79 m de largura, 1,62 m de altura e 2,57 m de entre-eixos. Seu porta-malas tem 393 litros, capacidade na média do segmento.

As versões LT, LTZ, Premier e a série especial Midnight levam sob o capô o motor 1.0 turbo flex de três cilindros de 116 cv de potência e 16,8 kgfm de torque, combinada ao câmbio automático de seis marchas. Na época do lançamento houve uma versão de entrada com transmissão manual de seis velocidades que saiu de linha pouco tempo depois.

O motor 1.2 turbo flex, também de três cilindros, equipa a variante mais completa da versão Premier e a série com visual esportivo RS. Essa unidade gera 133 cv e 19,4 kgfm, sempre associada à caixa automática de seis marchas.

O novo Tracker correu o risco de ter a sua estreia adiada, pois o seu lançamento aconteceu durante a fase inicial das medidas de restrições da pandemia. No entanto, a GM conseguiu apresentar o modelo por meio de lives transmitidas na internet, entre outras ações pontuais com a imprensa especializada e concessionários.

Ainda assim, o SUV logo caiu no gosto do consumidor brasileiro e em pouco tempo passou a frequentar as posições mais altas do ranking de vendas de SUVs. Em 2022, foi o modelo mais vendido da categoria ao superar a marca de 70 mil emplacamentos.

O visual harmonioso, os motores eficientes e o bom nível de equipamentos de série em praticamente todas as versões contribuíram para o Tracker fazer sucesso entre os compradores de SUVs.

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Todas as configurações são equipadas com seis airbags, controles de estabilidade e tração, chave canivete, luzes de rodagem diurna, piloto automático, computador de bordo, indicador de pressão dos pneus, central multimídia MyLink com emparelhamento de celulares Android e Apple, ponto de Wi-Fi nativo, entre outros.

Assistências, como alerta de colisão frontal com frenagem autônoma e assistente automático de estacionamento, além de faróis em LED, rodas de 17 polegadas, ar digital e carregador de celular por indução estão disponíveis na versão Premier, que ganha o teto solar panorâmico quando equipada com o motor 1.2 turbo.

Vários consumidores relatam que seus carros apresentaram um defeito que enrijece a assistência da direção elétrica e, nos casos mais graves, reduz involuntariamente a potência do motor durante a condução do veículo. O primeiro sinal dessa falha é quando o computador de bordo mostra a mensagem “Falha no Sistema Stabilitrak”.

“Comprei um Chevrolet Tracker e, após 18 meses de uso, o veículo travou (sic) e acusou no painel “Falha no Stabilitrak”. Depois de duas horas esperando o guincho da On Star – péssimo serviço oferecido – o veículo foi levado para a concessionária, onde fui informado que ocorreu uma falha no programa computacional do veículo. Isso impede que o carro se comporte como pretendido. Passaram um equipamento para ajustar e o carro voltou a funcionar, mas essa falha pode voltar a ocorrer. Qual a segurança de um veículo que a qualquer momento seu sistema computacional pode falhar? Inclusive é uma questão que tem grande chance de pode causar acidentes porque trava o volante em alguns casos ou o carro para de funcionar”, reclama Paulo, de Itabuna (BA).

Relatos: Caso 1; Caso 2; Caso 3; Caso 4.

“Essa falha também é relatada nos modelos Onix e Onix Plus, que compartilham a parte eletrônica com o Tracker. Acredito que a GM já tenha investigado a motivação desse defeito, pois ele é mais recorrente em carros fabricados antes de 2022″, diz o mecânico Paulo Vianna.

“De qualquer forma, é preocupante o carro travar a direção e até mesmo reduzir a potência do motor enquanto está em uso. O ideal seria realizar um recall para a correção do problema, que pode causar acidente em caso extremo”, complementa.

Proprietários do SUV também relatam que, ao estacionar o veículo, o computador de bordo mostra uma mensagem pedindo para colocar o câmbio automático em P, mesmo com a alavanca nesta posição.

Um dos reclamantes diz que o defeito impede que o motor seja desligado. Outro consumidor diz que recebeu da concessionária um orçamento de R$ 2 mil para a troca da alavanca da transmissão.

“Tenho um Tracker Premier 1.2 turbo 21/22 e durante alguns dias, quando ia desligar o veículo, começou a aparecer uma mensagem no painel, informando para colocar o câmbio na posição P, apesar de já estar nessa posição. Depois de várias mexidas na alavanca, finalmente a mensagem desaparecia e o carro podia ser desligado. Ontem, no entanto, novamente apareceu a mensagem e repeti o procedimento, mas dessa vez a mensagem não desapareceu e o carro não pode ser desligado. Ou seja, passou a noite com o motor ligado e hoje pela manhã tive que solicitar apoio para dar a partida, uma vez que a bateria tinha perdido a carga”, relata o consumidor Wagner, de Belo Horizonte (MG).

Relatos: Caso 1; Caso 2; Caso 3.

O mecânico Paulo Vianna explica que esse defeito, geralmente, tem relação com alguma falha no gerenciamento eletrônico do carro, que não reconhece quando a alavanca está posicionada em P e por precaução impede que o motor seja desligado.

“Alguns casos são resolvidos com uma reprogramação do software do carro. Nas situações mais críticas, a trava da alavanca chega a quebrar após o motorista tentar movimentá-la insistentemente. O conserto costuma passar dos R$ 3 mil”, alerta.

A General Motors foi consultada pela Autoesporte para comentar as reclamações, mas ainda não respondeu o contato. A matéria será atualizada assim que a fabricante se manifestar.

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Fonte: direitonews

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