Chevrolet Spin 2025 tem o mesmo motor do Monza? Entenda a origem do 1.8


Nova Chevrolet Spin com motor de Monza. Será? Bastou a estreia da linha 2025 da minivan da Chevrolet, que manteve o veterano motor 1.8 SPE/4 aspirado como única opção no portfólio, para voltar à baila um mito antigo: o de que o motor de oito válvulas usado pela minivan é o mesmo do velho e saudoso Monza.

A decisão, de certo, não agradou muitas pessoas, que esperavam uma motorização turbo vinda da família Onix ou do Tracker. Com a manutenção do 1.8 flex de 111 cv, comentários surgiram em massa afirmando que esse 1.8 é o mesmo conjunto que equipava o Monza, lá na década de 80. Mas essa não é a verdade.

Os motores são de famílias diferentes. Na história da General Motors, ambos estrearam “ao mesmo tempo” em 1979. Contudo, são conjuntos com propostas diferentes. Enquanto a Spin traz um motor mais compacto e derivado da Família 1, o Monza, bem como outros modelos da marca, como o Kadett, era equipado com uma das opções de motor da chamada Família 2. Mas calma que nós vamos te explicar as diferenças.

A Família 2 de motorização da GM, que efetivamente equipou o Monza, estreou em 1979 e chegou para ocupar o lugar dos motores antigos da Opel. Esse é o caso, por exemplo, do CIH, que deu origem ao OHC – motor que equipava o Chevette. Os conjuntos dessa família, inclusive, eram maiores em deslocamento e mais pesados em comparação com a Família 1.

De início, a Família 2 oferecia uma única opção: o motor 1.6 de 72 cv de potência e 12,6 kgfm de torque com gasolina. Este, no entanto, foi logo substituído pelo 1.8 carburado de 86 cv de potência máxima.

Os motores da segunda família da GM ficaram à venda no mercado de 1979 a 2012. Ou seja, mais de 30 anos de permanência. Além disso, houve diversas versões ao longo da história, como o 2.0 e o 2.2 EFI, bem como o 2.4 Flexpower, e variações de 8V e 16V. O último carro a utilizar um motor da Família 2 no Brasil, oficialmente, foi o Zafira, em 2012, com um 2.0 8V Flexpower de até 140 cv de potência.

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Já a Família 1, embora tenha sido desenvolvida junto com a Família 2 e até compartilhe parte do projeto, estreou efetivamente no Brasil apenas em 1994, nas variantes 1.0 e 1.4 de 8 válvulas, com o Corsa nacional de primeira geração.

Já a variante 1.8, a que efetivamente equipa a Spin, estreou em 2002 com a segunda geração nacional do Corsa (a terceira global ou Corsa C), sendo depois aplicada à primeira geração da Montana e à minivan Meriva. A produção de toda essa linha de motores ocorria em Joinville (SC).

A GM até chegou a comercializar esse motor para a Fiat. Assim, ele também equipou modelos da marca italiana, como Palio, Siena, Strada, Idea e Punto.

Em 2006, os motores da Família 1 receberam melhorias e passaram a se chamar Econoflex. A Spin, quando foi lançada no Brasil, em 2012, era equipada justamente com 1.8 Econoflex 8V flex. E, em 2016, o motor foi atualizado e passou a se chamar SPE/4. Que nada mais era do que uma evolução do próprio Econoflex.

O SPE/4 Utiliza a mesma base de quatro cilindros com oito válvulas e comando simples no cabeçote, mas com alterações eletrônicas para ficar mais eficiente. Na época, a Spin chegou a agregar uma grade ativa, para ficar mais econômica e com aerodinâmica mais eficiente .

No final de 2021, para atender às normas de emissões do Proconve L7, que entraria em vigor no ano seguinte, a Spin incorporou outras atualizações, como recalibrações de motor e câmbio, novo catalisador, novo tanque de combustível multicamadas, filtros para reduzir as emissões evaporativas e bicos injetores aquecidos no lugar do tanquinho de partida a frio.

De acordo com a Chevrolet, o conjunto atual recebeu novas atualizações para a linha 2025 da Spin, com processamento de dados eletrônicos mais eficiente. Assim, passou a utilizar o mesmo módulo que equipa o Tracker, por exemplo. Ao todo, são 18 módulos. E a minivan passa a ter duas linhas de comando, ao invés de uma.

Graças às alterações, o veterano motor 1.8 da Spin ficou até 11% mais eficiente em emissões e econômica. Em comparação com o modelo de 2012, a minivan teve um ganho de 101 km na autonomia. Ou seja, com o mesmo tanque de 53 litros, já que a GM não alterou a capacidade, a minivan consegue rodar mais entre um reabastecimento e outro.

Ao mesmo tempo, ao longo de todos esses anos, os números de potência e torque foram mantidos em 111 cv e 17,7 kgfm, respectivamente. De acordo com a Chevrolet, com os novos ajustes, o veterano conjunto 1.8 aspirado da Spin 2025 se enquadra nas exigências do Proconve L8. A nova fase do programa passa a valer já em 2025 e traz uma avaliação mais exigente nos processos de licenciamento dos motores.

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Fonte: direitonews

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