Até 2030 a Chevrolet poderá iniciar a produção de carros elétricos no Brasil, revelou o presidente do grupo para a América do Sul, Santiago Chamorro. Para justificar seu otimismo, o executivo citou uma pesquisa feita nos mercados norte e sul-americano em que 86% dos consumidores com intenção de comprar um carro novo, entre 12 e 18 meses, consideram um elétrico.
Levando em conta apenas o Brasil, a mesma pesquisa mostrou que 80% das viagens são feitas nas grandes capitais, em percursos diários de até 45 km: “Com um Bolt EUV, autonomia de 456 km, uma bateria carregada dá para esse uso a semana toda tranquilamente. E 75% das pessoas que viajam, rodam até 500 km; uma bateria carregada dá conta”, afirma Chamorro.
Pessoas que já têm veículos elétricos, da GM e de outras marcas também foram ouvidas. Segundo o executivo, as respostas se concentraram em quatro pontos: “O carro é divertido de dirigir; fácil de carregar, como um celular; os custos de operação são vantajosos, comparando eletricidade e combustível; o bem-estar por contribuir com o ambiente. Zero por cento desses consumidores manifesta intenção de voltar ao veículo de combustão interna.”
O preço de um carro elétrico ainda é alto, reconhece Chamorro, mas argumenta que isso não deve ser a única variável. Segundo ele, o consumidor precisa levar em conta o custo mensal de operação: “O custo de energia elétrica versus combustível é menor, o custo de manutenção é menor, impostos em algumas cidades são menores, estamos oferecendo um plano de financiamento e seguro com vantagens para elétricos. Tudo isso colocado em uma conta mensal, em São Paulo, por exemplo, um elétrico já tem cerca de R$ 2,5 mil por mês de vantagem sobre o de combustão interna.”
Para o executivo, “os governos da América do Sul estão avançando em suas melhoras contínuas em regulação de combustíveis e em fazer veículos com motores de combustão interna cada vez mais eficientes”. Isso, na sua interpretação, “faz com que a tendência desses veículos seja aumentar de custo, com cada vez mais tecnologia e recursos incorporados, enquanto o aumento do volume de elétricos leva seu custo a uma tendência de queda.”
Esses fatos levam o presidente da GM para a América do Sul a afirmar que o Brasil já reúne condições para produzir veículos elétricos: “Há a presença de minérios necessários para produção de baterias – lítio, cobalto, magnésio, cobre –, uma capacidade de engenharia e manufatura importantes, potencial fabril maior do que o mercado está realizando hoje e talento impressionante para abraçar essa nova tendência tecnológica.”
Santiago Chamorro confirmou o lançamento do Bolt EUV, versão SUV do hatch elétrico, “para os próximos dias”. E lembrou que Blazer EV e Equinox EV continuam em desenvolvimento e homologação no Campo de Provas de Cruz Alta, no interior de São Paulo.
O Blazer também foi confirmado para 2023. Já o Equinox estreia no ano que vem.
A GM anunciou investimento de US$ 35 bilhões até 2025, quando terão sido lançados dez novos elétricos do grupo. A empresa anunciou também sua intenção de ser neutra em carbono até 2040. No Brasil o investimento de dez bilhões de reais, anunciado em 2019, está “no fim do ciclo”, segundo o executivo. “Outro deverá ser anunciado”, afirma Chamorro.
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Fonte: direitonews
