Chefes de inteligência mundiais têm reunião secreta em Cingapura, diz mídia


Autoridades de cerca de 20 serviços de inteligência globais realizaram uma reunião secreta neste fim de semana em Cingapura, informou no domingo (4) a agência britânica Reuters citando fontes.
De acordo com as fontes, tais reuniões têm sido realizadas há vários anos no âmbito da conferência anual de segurança intergovernamental da Ásia-Pacífico, conhecida como Diálogo de Shangri-La.
Entre os participantes da reunião estiveram Avril Haines, diretora de inteligência nacional dos EUA, Samant Goel, chefe de inteligência exterior da Índia, e um representante chinês não revelado, cujo nome e cargo também não foram divulgados. Alguns dos tópicos discutidos teriam sido o conflito na Ucrânia e o crime transnacional.
Um porta-voz do Ministério da Defesa de Cingapura comentou, ao visitar o evento, que “os participantes, incluindo altos funcionários de agências de inteligência, também aproveitam a oportunidade para se reunir com seus colegas”, e que o Ministério da Defesa “pode facilitar algumas dessas reuniões bilaterais ou multilaterais”. Enquanto isso, participantes descreveram as reuniões como “benéficas”.
“A reunião é um ponto importante na agenda internacional paralela”, disse uma das cinco fontes da Reuters.
“Dado o conjunto de países envolvidos, não se trata de um festival de comércio, mas de uma forma de promover uma compreensão mais profunda das intenções e dos resultados finais”, acrescentou.
William Burns, diretor da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos EUA, depõe durante audiência do Comitê de Inteligência do Senado do país sobre ameaças mundiais, em Washington, EUA, 8 de março de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 03.06.2023

Li Shangfu, ministro da Defesa chinês, por sua vez, em seu discurso público no fórum e em uma aparente crítica aos EUA, alertou contra a formação de alianças do tipo da OTAN na Ásia-Pacífico, o que, segundo ele, tem muitas consequências para a região.
Ele argumentou que “em essência, pressionar por” tais alianças na região é “uma forma de sequestrar os países da região e alimentar o confronto, o que apenas mergulhará a Ásia-Pacífico em um redemoinho de disputas e conflitos“.
“A Ásia-Pacífico de hoje precisa de uma cooperação aberta e inclusiva, e não de pequenos grupos. Não devemos nos esquecer dos graves desastres causados aos povos de todos os países pelas duas guerras mundiais, e não devemos permitir que essa história trágica se repita”, ressaltou.
Ele advertiu em uma mensagem a “alguns países” que “a mentalidade da Guerra Fria está ressurgindo, aumentando consideravelmente os riscos à segurança”. Ele sugeriu que “o respeito mútuo deve prevalecer sobre a intimidação e a hegemonia”.
Ao mesmo tempo, a embaixada dos EUA em Cingapura disse que não tinha informações sobre a reunião, enquanto as autoridades chinesas e indianas não responderam imediatamente aos pedidos de comentários da agência.

Fonte: sputniknewsbrasil

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