“O presidente da Comissão da União Africana condena inequivocamente a segunda tomada de poder pela força em Burkina Faso. O presidente […] expressa sua profunda preocupação com o ressurgimento de mudanças inconstitucionais de governo em Burkina Faso e em outros lugares do continente africano”, diz o comunicado.
O presidente da Comissão da União Africana também instou os militares a “abster-se imediata e totalmente de quaisquer atos de violência ou ameaças” à população civil, liberdades civis e direitos humanos, pedindo a restauração da ordem constitucional até 1º de julho de 2024.
Na noite de sexta-feira (30), a mídia local informou que um grupo militar liderado pelo capitão Ibrahim Traore anunciou a deposição do tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, chefe do governo interino do país, a suspensão da Constituição do país, a dissolução do governo e o fechamento de fronteiras. Os militares, que reivindicaram sua fidelidade ao Movimento Patriótico de Salvaguarda e Restauração (MPSR), acusaram Damiba de se desviar dos ideais do movimento.
Isso marca a segunda tomada de poder pelos militares em Burkina Faso em oito meses.
Em 24 de janeiro, o MPSR, liderado por Damiba, tomou o poder no país e depôs o então presidente Roch Marc Christian Kabore. O grupo dissolveu o governo e suspendeu a Constituição, mas depois decidiu restaurá-la. Desde então, o MPSR tem sido a junta militar governante de Burkina Faso.