Em Israel, as sirenes que avisam sobre iminentes bombardeios ou ataques de drones soaram pela última vez há mais de quatro horas.
Também não houve relatos de ataques das Forças de Defesa de Israel (FDI) ao Líbano nas últimas horas.
O gabinete político-militar de Israel aprovou um acordo de cessar-fogo com o Líbano por maioria absoluta na noite de terça-feira (26).
Antes da aprovação, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, falou à nação, explicando a necessidade de uma trégua na fronteira norte e enfatizando que, no caso de qualquer violação da trégua pelo movimento libanês Hezbollah, Israel vai responder e retomar as hostilidades.
De acordo com o plano de acordo proposto pelos Estados Unidos, nos próximos 60 dias o Exército libanês, que oficialmente não está em guerra com Israel, deve ocupar os territórios no sul do país.
Por sua vez, as forças e a infraestrutura do Hezbollah devem ser retiradas das áreas ao norte do rio Litani, que corre a 20-30 quilômetros da fronteira com Israel.
O acordo prevê o estabelecimento de um comitê de supervisão internacional liderado pelos EUA para monitorar sua implementação e tratar das violações.
Os Estados Unidos concordaram em fornecer a Israel garantias que incluem apoio à ação militar israelense contra ameaças do Líbano, bem como ações para impedir o possível restabelecimento de uma presença militar do Hezbollah no sul do Líbano.
Durante esse período, Israel deve retirar totalmente suas Forças Armadas do território do país vizinho.
Enquanto isso, a mídia francesa relata que o movimento palestino Hamas, que está em guerra contra Israel desde 7 de outubro de 2023 na Faixa de Gaza, supostamente também está prestes a negociar um cessar-fogo com Tel Aviv.
Segundo fontes, o Hamas saudou o cessar-fogo entre o Hezbollah e Israel e informou seus parceiros no Egito, Catar e Turquia que está disposto a negociar sobre uma trégua e troca de prisioneiros.
O acordo de cessar-fogo israelo-libanês foi saudado por muitos líderes mundiais.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Ismail Baghaei, se mostrou satisfeito com o acordo.
Baghaei enfatizou “a responsabilidade da comunidade internacional de preservar a paz e a estabilidade na região da Ásia Ocidental e de exercer uma pressão efetiva sobre o regime israelense agressor para que encerre a guerra contra Gaza”.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, chamou o cessar-fogo entre Israel e o Líbano de “raio de esperança” para toda a região, relata a mídia alemã.
O gabinete do secretário-geral da ONU, António Guterres, relatou que saúda o acordo de cessar-fogo entre Israel e Líbano e manifesta a esperança de que a violência termine.
Desenvolvimento da crise no Oriente Médio
Em 7 de outubro de 2023, Israel foi alvo de um ataque de foguetes sem precedentes a partir da Faixa de Gaza.
Depois disso, combatentes do movimento palestino Hamas se infiltraram nas áreas de fronteira, abriram fogo contra militares e civis e fizeram mais de 200 reféns.
De acordo com as autoridades, cerca de 1,2 mil pessoas foram mortas nessa ocasião.
As Forças de Defesa de Israel lançaram, em resposta, a operação Espadas de Ferro na Faixa de Gaza, incluindo ataques a alvos civis.
Israel anunciou um bloqueio completo do enclave: o fornecimento de água, eletricidade, combustível, alimentos e medicamentos foi interrompido.
Dezenas de milhares de pessoas foram mortas e muito mais ficaram feridas.
O movimento político armado do Líbano Hezbollah, que de fato tem suas próprias Forças Armadas, iniciou bombardeios contra posições do Exército israelense no norte de Israel em solidariedade com o povo palestino.
Em 17 e 18 de setembro de 2024, equipamentos pessoais de comunicação pertencentes ao Hezbollah, primeiro pagers e depois walkie-talkies, explodiram simultaneamente em diferentes partes do Líbano.
Desde o final de setembro, Israel começou a bombardear sistematicamente posições do Hezbollah no Líbano, inclusive áreas civis na capital do país, Beirute.
Como resultado das hostilidades na região, centenas de milhares de pessoas tiveram que deixar suas casas, foram mortas ou ficaram feridas.
Fonte: sputniknewsbrasil