CEO da Rosatom confirma à Sputnik que Brasil e Rússia discutem construir usinas nucleares modulares


O CEO da estatal russa de energia nuclear, Aleksei Likhachev, confirmou em entrevista à Sputnik nesta sexta-feira (9) que o país está pronto para oferecer ao Brasil uma cooperação significativa na construção de usinas nucleares de baixa capacidade.
O tema inclusive foi discutido na reunião bilateral entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu homólogo russo, Vladimir Putin.
“A parte brasileira demonstrou particular interesse — e isso foi expresso tanto pelo presidente Lula quanto por membros do governo — na questão das usinas nucleares de pequeno porte, tanto em terra quanto flutuantes”, acenou Likhachev.

“E é nesse ponto que temos a oportunidade de oferecer aos brasileiros uma cooperação bastante ampla, já que os cascos das usinas nucleares flutuantes podem ser produzidos diretamente por empresas brasileiras“, disse Likhachev.

Na última quinta (8), a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, que também está na Rússia na comitiva do presidente Lula, adiantou à Sputnik Brasil que uma das áreas de maior interesse do país na cooperação com Moscou é justamente a nuclear.
“É natural que a Rússia tenha um histórico de domínio em ciências e tecnologias na área de defesa, até pela herança da Guerra Fria. Acabou que, objetivamente, os russos têm um domínio tecnológico elevado nessas áreas”, declarou.

Cooperação entre Rosatom e governo brasileiro

No grupo de trabalho criado entre a Rosatom e o Ministério de Minas e Energia, para além da implementação das pequenas usinas nucleares, está a cooperação na mineração de urânio. Hoje o Brasil conta com a sétima maior reserva de urânio do mundo, mesmo conhecendo-se apenas 26% do subsolo nacional.
Conforme o titular da pasta, Alexandre Silveira, o país tem potencial para alcançar o posto de terceira maior reserva mundial. “Contamos com a experiência da Rosatom para uma cooperação positiva e equilibrada entre as empresas brasileiras e russas. Que nosso objetivo conjunto gere crescimento tecnológico robusto e seguro”, disse em evento no fim do ano passado.
Responsável por mais da metade dos projetos de usinas nucleares em construção, a atuação da Rosatom no Brasil ainda está concentrada em produtos nucleares, como o fornecimento de radioisótopos para medicina nuclear e de combustível nuclear.
No evento com o ministério, a empresa russa destacou que há um potencial de desenvolver 1,1 gigawatt (GW) de geração nuclear até 2035.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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