Cem famílias indígenas de MT ganham renda com a cadeia produtiva da castanha


Conteúdo/ODOC – Indígenas das etnias Zoró, Munduruku, Apiaká e Kayabi participam do projeto do Man Gap, uma iniciativa que visa fortalecer a cadeia de valor da castanha-do-Brasil. O foco do projeto é o desenvolvimento social, produtivo, econômico, organizacional e ambiental desses quatro povos. Há pelo menos um ano, cerca de 100 famílias indígenas nos estados de Mato Grosso e Rondônia estão ganhando renda com os contratos de venda das castanhas.

O projeto conseguiu emplacar parcerias como o contrato de fornecimento de castanhas-do-Brasil para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Juntas, elas fornecerão, somente neste ano, 19 toneladas de castanha-do-Brasil para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
Além disso, a castanha também foi incorporada no Programa Mesa Brasil, do governo federal, em Rondônia, e recebeu neste ano a Certificação de Produto Orgânico com auditoria da ECOCERT Brasil.

Na aldeia Zoró, em Rondolândia (a 1065 km), foi inaugurada uma fábrica de beneficiamento de castanhas-do-Brasil. Nos próximos meses, outra fábrica será inaugurada na Terra Indígena Apiaká-Kayabi, cuja parceria com a Conab já está sendo construída para a comercialização de outras 19 toneladas de castanhas beneficiadas na região de Juara, também no noroeste do estado.

Para alcançar seus objetivos, o projeto investiu em qualificação, tanto para a divulgação da iniciativa quanto para a agregação de valor à castanha, de maneira que valorize a produção indígena e a ideia da “floresta em pé”.

Dentre as atividades realizadas nos últimos 12 meses, foi desenvolvida, com os indígenas, uma formação em boas práticas de manejo e coleta de castanha na floresta e em boas práticas de fabricação de castanha beneficiada. Ainda foi estruturado um Fundo Rotativo Solidário Indígena que vai apoiar a compra coletiva da produção de castanha das duas terras indígenas nas quais o projeto atua.

Mulheres indígenas Zoró, Munduruku, Apiaká e Kayabi participaram de um curso de mídias sociais para divulgar o dia a dia do projeto e das comunidades envolvidas no perfil no Instagram @projetomangap. Elas recebem ajuda de custo mensal para conseguir ter acesso à internet e realizar as postagens. A ação considera a dificuldade de acesso que muitos indígenas têm à internet e, por isso, motiva o grupo a buscar soluções para a continuidade dos trabalhos.

“O Projeto Man Gap trouxe uma mudança definitiva na vida destes povos indígenas, deixando de ser fornecedores de matéria-prima para produtores de um alimento de alta qualidade, com alto valor nutricional, com resultados de impacto nas condições de dignidade dos indígenas e na conservação da floresta local”, explicou o coordenador do projeto, Paulo Nunes.

“O meu sonho é ver esse projeto dando continuidade e gerando emprego e renda para as comunidades, fazendo com que os nossos indígenas permaneçam dentro do território. Ver os jovens ali juntos, envolvidos”, disse Margareth Sirayup, da Aldeia Figueirinha, na Terra Indígena Apiaká-Kayabi, em Juara.

Fonte: odocumento

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