O Ministério da Saúde da Argentina informou que o caso suspeito de varíola dos macacos (Mpox) a bordo de um navio de carga, que havia sido colocado em quarentena após sair do Brasil, foi confirmado como catapora. O navio, com bandeira da Libéria, partiu de Santos, no litoral de São Paulo, com destino a Puerto San Lorenzo, em Santa Fé.

O protocolo de emergência de saúde pública foi acionado quando um tripulante apresentou lesões cutâneas vesiculares no tronco e no rosto, que levantaram suspeitas de Mpox. No entanto, os exames laboratoriais realizados confirmaram que as lesões eram causadas por catapora. Apesar disso, as autoridades argentinas continuarão com os controles médicos e o navio permanecerá interditado até que todas as garantias sanitárias estabelecidas pelo Regulamento Sanitário Internacional (RSI) sejam cumpridas.

A Mpox, que foi declarada uma emergência global pela Organização Mundial da Saúde (OMS), teve 209 mortes registradas entre 99.176 casos confirmados em 116 países desde janeiro de 2022 até junho de 2024. No Brasil, foram confirmados 709 casos somente em 2024. Até o momento, a Argentina não reportou casos da nova variante de Mpox Clado Ib, originária da África.

Nova Variante da Mpox e Seus Riscos

Recentemente, a OMS alertou sobre a nova variante 1b da Mpox, que apresenta uma taxa de letalidade superior a 10% entre crianças pequenas na África Central. Isso contrasta com a variante 2b, que causou a epidemia global em 2022 e tinha uma taxa de letalidade inferior a 1%. A República Democrática do Congo está enfrentando um surto desde 2022, com uma nova mutação do vírus resultante de intensa transmissão entre humanos.

Atualmente, existem três vacinas contra a Mpox disponíveis globalmente. A OMS recomenda duas delas: ACAM2000, da Sanofi Pasteur, e Jynneos (também conhecida como Imvamune ou Imvanex), desenvolvida pela Bavarian Nordic. A vacina Jynneos foi autorizada pela Anvisa em 2023 e é oferecida a pessoas imunossuprimidas, profissionais de laboratório e indivíduos em contato direto com fluidos de pessoas com suspeita da doença. Mais de 29 mil doses foram aplicadas no Brasil.