Carro sofre com calor extremo? Veja 9 dicas para evitar problemas


A meteorologia promete uma onda de calor ainda mais intensa no Brasil nos próximos dias, com termômetros próximos aos 40ºC. Se os cuidados com a saúde já eram preocupantes, agora se tornaram indispensáveis. E com os carros a história não é diferente, afinal, os automóveis sofrem (e muito) com as temperaturas mais altas.

Com calor intenso, alguns componentes dos veículos podem ter a vida útil reduzida e é preciso tomar alguns cuidados para não ficar com a mão abanando. A bateria é um desses componentes, por exemplo, e encontrar uma sombra para seu automóvel é uma boa providência. Veja nove dicas selecionadas pela Autoesporte para cuidar do seu veículo.

Provavelmente o item mais usado no calor é o ar-condicionado. A manutenção e uso correto pode prologar a vida útil e garantir que não sofra com problemas em temperaturas maiores.

Grande parte dos manuais de proprietário, redigidos pelas próprias fabricantes, indicam a troca do filtro do ar a cada seis meses. Verificar se esse serviço está em dia e se há obstrução dos dutos, é um bom primeiro passo.

Filtro obstruído pode forçar o compressor, reduzindo sua vida útil. Quanto ao uso correto, principalmente no calor, é preciso alguns cuidados extras. No dia a dia, após pegar o carro estacionado sob o sol, é preciso abrir as janelas e até manter as portas abertas por alguns minutos.

Evite, nesta circunstância, deixar o circulador de ar ativado. Certifique-se de deixar essa função desativada para que o sistema utilize o ar externo, que estará mais frio que o ar aprisionado no interior do veículo (que vira uma estufa).

Depois que o “bafo” quente arrefece, volte a ligar o circulador, se for o caso, para acelerar o resfriamento da temperatura. Neste estágio, feche as janelas e verifique se estão bem vedadas. Isso também pode levar o condicionador de ar a trabalhar menos, se for do tipo digital.

A vedação das portas e dos vidros dos veículos é feita praticamente toda por borrachas. Os raios ultravioleta podem alterar as propriedades do material e até mesmo causar a vulcanização das colas usadas no contorno dos vidros.

Então é preciso mantê-las limpas e hidratadas, principalmente as expostas ao sol, para não antecipar eventuais rachaduras, por exemplo. Excesso de calor causa o ressecamento das borrachas e isso não tem conserto. É necessário substituir os componentes danificados.

O cuidado com os pneus está ligado à calibragem. Ter o pneu com a pressão correta é o ideal para um bom consumo de combustível e conforto interno, de ruído e absorção de impactos. A aferição e calibração dos pneus do carro devem ser feitas com eles nas temperaturas mais baixas possíveis, por isso é importante rodar pouco (ou nada) para efetuar esse trabalho.

Isso porque o atrito entre o pneu e o asfalto gera calor que, consequentemente, provoca uma expansão do ar internamente. No calor, esse processo é intensificado e, na hora de calibrar, o condutor pode aferir de maneira incorreta a pressão e deixar o pneu com menos ar que devia.

No calor forte, a temperatura do pneumático sobe ainda mais rápido. Então, tente calibrar a noite ou logo no começo da manhã, desde que o carro não tenha rodado por algumas horas antes dessa operação.

Os componentes elétricos também podem ser afetados. As baterias, por exemplo, podem perder a capacidade de armazenamento de energia por causa da evaporação do eletrólito e, assim, reduzir o volume adequado para seu funcionamento normal. Com isso, a vida útil da bateria é reduzida.

Esse problema é muito raro, sobretudo em baterias modernas, que são seladas. Esse equipamento costuma garantir uma resistência bastante elevada a temperaturas extremamente altas. Afinal, praticamente toda bateria “mora” dentro do cofre do motor — e está acostumada com um vizinho esquentado.

Confira se há formação de zinabre nos polos e se os cabos estão bem fixos.

Se você precisa beber bastante água sob calor, o sistema de arrefecimento dos veículos também fica mais sensível em temperaturas mais altas.

A diferença é que, a rigor, não deve ocorrer “baixa” no nível de água. É importante verificar todos os dias como está o líquido de arrefecimento e mantê-lo sempre dentro dos padrões especificados pela montadora.

Além do uso da água desmineralizada (não use a da torneira), o aditivo correto é importante. Ele modifica o tempo de ebulição e congelamento da água, e não deixa o carro superaquecer. Com temperaturas bastante elevadas, é fundamental ter aditivo (e não apenas água no sistema) e garantir que não haja obstruções (de insetos, barro ou outras sujeiras) na colmeia do radiador.

Essa temperatura excessiva também pode pesar para o lado da tubulação de borracha. Tubos ressecados podem sucumbir ao rigor extra do El Niño. Se houver alguma ruptura e seu carro ficar sem água, pare imediatamente. Não insista em rodar quente, sob pena de travar o motor ou empenar um cabeçote – isso é fatal para seu orçamento.

No dia a dia, tente ao máximo evitar trânsito pesado. Na rua, evite “colar” no carro da frente. Mantenha uma distância suficiente para que você, motorista, consiga ver os pneus do carro da frente. Se vc não conseguir ver a parte de borracha do eixo traseiro de quem está à sua dianteira, então está perto demais.

A pintura do carro e o acabamento interno também sofrem com o sol. Estacionar sob a sombra é o ideal, mas se não há essa possibilidade é importante manter sempre o veículo limpo e, de preferência, polido com produtos que evitam o ressecamento da pintura. O calor excessivo pode causar manchas e até pequenas rachaduras na tinta.

Para prevenir a parte interna, um tapa sol pode ajudar. Ele absorve boa parte da luz solar e não a deixa ter contato direto com o acabamento interno, não queimando os revestimentos nem provocando maior desgaste dos tecidos.

Quando o carro estiver muito quente, jamais cubra-o com capas de plástico. Isso pode fazer com que o material grude na pintura ou mesmo abafe a superfície, se houver sinais de umidade. Isso irá causar manchas na lataria.

Existem ceras com proteção UV que ajudam a preservar o brilho original do carro e dão uma força para coibir os efeitos do sol – a longo prazo, a ação solar tende a queimar a camada externa de verniz.

Item que virou moda nos carros novos, a multimídia também sofre com altas temperaturas. Colocar uma proteção sobre ela, que seja o tapa sol indicado acima ou uma outra opção, é importante para a tela não travar. A VW Play e a multimídia usada na Renault Oroch são exemplos de sistemas que sofrem com o calor.

A limpeza do carro é importante em dias quentes. Retirar fezes de pássaros, resíduos de árvores e qualquer outra sujeira mais intensa é necessário. Afinal, levar o veículo ao sol escaldante com os dois primeiros casos citados pode prejudicar ainda mais a pintura do veículo.

O mais indicado é que a limpeza seja feita em local protegido do sol e com produtos específicos para a lavagem de carros. Lavar o automóvel sob sol forte pode causar manchas em toda a pintura, já que os raios solares secam rapidamente a água e o produto de limpeza utilizado. A mesma regra se aplica ao carro quente. É importante esperar a lataria esfriar para aplicação dos produtos.

Outra dica importante é não usar sabão em pó (aquele de lavar roupa) ou detergente (de lavar louça) para lavar a carroceria. Com o tempo, esses produtos podem corroer o verniz protetor da tinta, e deixá-la mais exposta a queimaduras e arranhões.

Deixar o celular exposto ao sol pode causar o mesmo problema que falamos das multimídias. Aquecimento além da conta e a tela pode vir a travar. O ideal é encontrar um local fora dos raios solares para posicionar o dispositivo — até mesmo por segurança, tendo em vista o alto índice de roubos de aparelhos do tipo.

Não há contraindicações ao uso de ventosa nos vidros. Desde que a superfície esteja limpa e seja plana e lisa, o componente gruda com facilidade. Para prender decorações ou até mesmo persianas, funcionará normalmente. Para prender o celular não faz tanto sentido pelo que já explicamos acima.

Outra dica relevante é retirar acessórios que sejam de metal do interior do veículo. Com o sol forte batendo na cabine, esses itens tendem a aquecer rapidamente e podem queimar motorista e passageiros que entrarem em contato. As fivelas dos cintos de segurança também devem ser escondidas do sol.

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Fonte: direitonews

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