Uma das principais dúvidas sobre mecânica automotiva após a chegada do inverno diz respeito ao consumo do carro. Afinal, com as temperaturas baixas, os motores gastam mais combustível? A resposta é sim. Portanto, Autoesporte conversou com o professor de mecânica e consultor técnico Pedro Scopino para elaborar mais sobre o assunto.
“O motor de combustão interna é tecnicamente um transformador de energia química, derivada da queima do combustível, em energia calorífica”, explicou o especialista. “Quanto mais baixa for a temperatura externa, mais difícil se torna essa conversão de energia”.
Portanto, de acordo com Scopino, veículos de combustão interna gastam mais combustível no inverno, pois os motores levam mais tempo para atingir a sua temperatura ideal de funcionamento. Entretanto, essa quantidade extra de gasolina, etanol ou diesel não chega a ser significativa para impactar no bolso do motorista no inverno.
“Trata-se de uma quantidade pequena de combustível a mais , mas ainda será uma despesa extra para o motorista”, disse Scopino.
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Um hábito frequente de muitos motoristas é ligar o carro minutos antes de partir para que o motor esquente. De acordo com Scopino, isso não é necessário desde que a injeção eletrônica se tornou um padrão na indústria.
“No caso dos veículos carburados antigos, é bom esperar um pouco antes de sair dirigindo. Para veículos com injeção eletrônica, isso não se aplica mais”, explicou. Para garantir o melhor funcionamento do motor nos dias frios, um item que exige atenção é a válvula termostática.
A válvula termostática é um cilindro adornado por um retentor metálico e molas. De tão pequena, cabe na palma da mão e pode passar despercebida no motor — mas sua funcionalidade é uma das mais importantes.
O equipamento gerencia todo o sistema de arrefecimento do carro. Ela viabiliza a passagem de água entre o bloco do motor e o radiador, garantindo que o propulsor trabalhe na temperatura ideal. Com uma função tão crucial, a válvula termostática é o “coração” do sistema de arrefecimento.
Os problemas mais comuns nas válvulas termostáticas envolvem o seu travamento, que pode ocorrer quando estiver fechada ou aberta. “Se uma válvula termostática travar com os seus dutos fechados, o motor vai superaquecer rapidamente”, disse Scopino. Temperaturas elevadas podem derreter peças, estourar mangueiras e até fundir o motor em casos mais extremos.
O travamento da válvula aberta é raro, mas possível. “Neste caso, a temperatura do motor fica sempre baixa. O motorista pode notar isso pelo ponteiro do termômetro, que nunca chega à metade [do marcador]”, afirmou.
Um motor que trabalha em temperaturas mais baixas do que a ideal gasta mais combustível e se torna mais poluente. “O motor foi projetado para trabalhar com uma temperatura padrão. Qualquer alteração vai inevitavelmente afetar o seu funcionamento”, esclareceu o professor.
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Fonte: direitonews
